terça-feira, 16 de setembro de 2014

Praticagem de São Paulo monta centro de operação

RedacaoT1
Foto: Reprodução Google Imagens
Foto: Reprodução Google Imagens
A Praticagem de São Paulo, responsável pelas manobras dos navios nos portos de Santos e São Sebastião, inaugurou um centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego (C3OT), que promete agilizar a navegação e aumentar a segurança da atividade.
O investimento, de R$ 8 milhões, foi concluído no momento em que o governo tenta impor preços-teto ao serviço de praticagem. Por ano, o gasto com manutenção será de R$ 500 mil. Mas o repasse do novo custo aos armadores não está no radar por enquanto.

“Não tem como repassar qualquer tipo de coisa se não for negociada. E a negociação hoje em dia não existe, pelo menos com os armadores [de linhas] regulares”, disse o presidente da Praticagem de São Paulo, Paulo Sérgio Barbosa. As partes estão em processo de arbitragem de preços.
Segundo ele, a decisão de implantar o C3OT foi tomada em 2010, como forma de a empresa se adiantar às demandas do mercado. O porte das embarcações que visitam Santos tem aumentado anualmente em detrimento de um canal de navegação que não acompanha o crescimento dos navios na mesma velocidade. E que permanece com restrições.
“Se não fizéssemos esse investimento, aí sim o fluxo do tráfego iria cair. Esse equipamento nos permite, mantidas as questões de segurança, manter também a velocidade da ‘roda’”, afirma Barbosa.
O C3OT reúne equipamentos que transmitem em tempo real dados de medição de ondas, profundidade e visibilidade ao longo do canal de navegação, que recebeu 12 câmeras.
O sistema garante um grau de assertividade maior. Até então, o prático dependia quase que exclusivamente de sua experiência para aferir algumas condições na manobra. E coloca a Praticagem de São Paulo na dianteira do monitoramento do tráfego aquaviário com tecnologia de ponta na América do Sul, como já ocorre em portos modernos do exterior, afirma o presidente do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), Ricardo Falcão.
O C3OT contempla parte dos equipamentos previstos no projeto da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) de gerenciamento de informação do tráfego de embarcações, o chamado VTMIS, que ainda não saiu do papel.
A licitação para contratação do sistema foi deflagrada em 2013 e já teve várias idas e vindas, esbarrando ora na burocracia das contratações públicas, ora em problemas do edital.
Barbosa afirmou que o C3OT não é o VTMIS porque não tem radar. Para ele, as funções dos sistemas da Codesp e da Praticagem são diferentes, mas podem ser complementares. “O serviço de praticagem é um serviço associado ao VTS [ou VTMIS, como a Codesp chama], não subordinado. Se a autoridade portuária entender que deve haver maior integração e sinergia, estamos prontos”. A Codesp não se manifestou.
Fonte: Valor Econômico, Por Fernanda Pires

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário!

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.