terça-feira, 9 de setembro de 2014

Agência de risco muda de 'estável' para 'negativa' nota do Brasil

Baixo crescimento pode sinalizar piora da qualidade de crédito, diz Moody's.
Apesar da redução da perspectiva, país não perdeu grau de investimento.

Do G1, em São Paulo

A agência de classificação de risco Moody's alterou na manhã desta terça-feira (9) a perspectiva do rating (nota) dos títulos do governo brasileiro: de "estável para negativa". Em outubro de 2013, a Moody's já havia rebaixado a perspectiva da nota da dívida do Brasil de "positiva" para "estável".

Segundo a agência, a decisão "refletiu o risco crescente de que o contínuo baixo crescimento e a piora dos indicadores de dívida sinalizem uma redução na qualidade de crédito do Brasil e irão deflagrar uma migração em sentido declinante em seu rating de crédito".

Apesar da queda da perspectiva, a agência afirmou o rating dos títulos do governo brasileiro em seu nível atual Baa2, ou seja, o país não perdeu grau de investimento. Com o "investment grade", um mercado pode atrair grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco.

Para isso, considerou a "contínua resiliência do país a choques financeiros externos, dado seu colchão de reservas internacionais; vulnerabilidade limitada do balanço patrimonial do governo a mudanças abruptas no apetite global por risco em relação aos seus pares; e os benefícios subjacentes derivados da economia extensa e diversificada do Brasil".

Esforços do próximo governo

Em junho deste ano, a agência alertou que a perspectiva do rating do Brasil dependia do sucesso ou fracasso dos esforços do próximo governo em reverter as tendências econômicas negativas e elevar o crescimento para próximo do potencial.

"Provavelmente, os desafios que o país enfrenta vão se estender até 2015", disse a agência na ocasião. "Continuamos achando que as perspectivas para o rating do Brasil serão fortemente influenciada pela capacidade do próximo governo para reverter as tendências negativas e levantar taxas de crescimento econômico para patamares mais alinhados com o potential de crescimento do país."

Na ocasião, a agência havia sugerido que a perspectiva poderia ser revisada para baixo se o país continuasse enfrentando "declínio dos gastos com investimento, desaceleração do consumo e deterioração da confiança do investidor".
classificação agências de risco (Foto: Editoria de Arte/G1)
 

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