Apesar da redução da perspectiva, país não perdeu grau de investimento.
Do G1, em São Paulo
A agência de classificação de risco Moody's alterou na manhã desta terça-feira (9) a perspectiva do rating (nota) dos títulos do governo brasileiro: de "estável para negativa". Em outubro de 2013, a Moody's já havia rebaixado a perspectiva da nota da dívida do Brasil de "positiva" para "estável".
Segundo a agência, a decisão "refletiu o risco crescente de que o contínuo baixo crescimento e a piora dos indicadores de dívida sinalizem uma redução na qualidade de crédito do Brasil e irão deflagrar uma migração em sentido declinante em seu rating de crédito".
Apesar da queda da perspectiva, a agência afirmou o rating dos títulos do governo brasileiro em seu nível atual Baa2, ou seja, o país não perdeu grau de investimento. Com o "investment grade", um mercado pode atrair grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco.
Para isso, considerou a "contínua resiliência do país a choques financeiros externos, dado seu colchão de reservas internacionais; vulnerabilidade limitada do balanço patrimonial do governo a mudanças abruptas no apetite global por risco em relação aos seus pares; e os benefícios subjacentes derivados da economia extensa e diversificada do Brasil".
Esforços do próximo governo
Em junho deste ano, a agência alertou que a perspectiva do rating do Brasil dependia do sucesso ou fracasso dos esforços do próximo governo em reverter as tendências econômicas negativas e elevar o crescimento para próximo do potencial.
"Provavelmente, os desafios que o país enfrenta vão se estender até 2015", disse a agência na ocasião. "Continuamos achando que as perspectivas para o rating do Brasil serão fortemente influenciada pela capacidade do próximo governo para reverter as tendências negativas e levantar taxas de crescimento econômico para patamares mais alinhados com o potential de crescimento do país."
Na ocasião, a agência havia sugerido que a perspectiva poderia ser revisada para baixo se o país continuasse enfrentando "declínio dos gastos com investimento, desaceleração do consumo e deterioração da confiança do investidor".
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