SÃO PAULO - A Abimaq, entidade que representa os fabricantes nacionais de máquinas e equipamentos, defendeu ontem, quinta-feira, políticas de longo prazo que preparem o Brasil para a abertura comercial, criticando também as soluções apenas pontuais do país nas transações com o exterior.
“Não é só abrir. Temos que dar condições. Se a máquina brasileira é 30% mais cara do que a alemã fica mais difícil vender não só aqui, mas também lá fora”, disse Klaus Curt Muller, diretor de comércio exterior da Abimaq durante seminário sobre os rumos da política de comércio exterior na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ele disse esperar nos seis primeiros meses do próximo governo a apresentação de uma “proposta clara” de comércio exterior global, que não esteja vinculada apenas a blocos na América do Sul.
O diretor da Abimaq criticou ainda que soluções ao comércio exterior sejam negociadas de forma pontual, sem uma “linha de ação” com objetivos de longo prazo e de maior alcance. Segundo ele, não adianta cada entidade setorial ir a Brasília para resolver apenas “seu lado”.
Muller lembrou também como exemplo a estratégia comercial adotada pela China, que promoveu recentemente um swap cambial de US$ 11 bilhões com a Argentina com o objetivo de facilitar a importação de seus produtos no país vizinho. Isso, disse o executivo, vai dificultar ainda mais a competição com os asiáticos no mercado parceiro do Mercosul . “Não fizemos nossa lição de casa”, lamentou. “A China não faz isso porque é boazinha. Faz para transformar o yuan em uma moeda conversível”, acrescentou.
(Fonte: Valor Econômico/Eduardo Laguna)
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