Assis Moreira
A poderosa Copa-Cogeca, central dos produtores agrícolas europeus, está pedindo à União Europeia (UE) que não retome a negociação de acordo de livre comércio com o Mercosul, a menos que certos pré-requisitos sejam cumpridos pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A nova mobilização de agricultores europeus ocorre em meio a sinais de que a negociação, após anos de bloqueio, tem possibilidades de voltar aos trilhos. E sempre que isso acontece, as federações agrícolas europeias se agitam para atacar a iniciativa.
Nesta terça-feira, negociadores do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai tentam fechar uma oferta comum de liberalização a ser apresentada aos europeus.
A pressão do setor agrícola europeu inclui carta ao comissário de agricultura da UE, Dacian Ciolos, insistindo que um acordo com o Mercosul causaria perdas bilionárias principalmente para a pecuária do velho continente. A Copa-Cogeca alega que mais de 70% das carnes bovina e de frango importadas pelos 28 países membros da UE já vem dos países do Mercosul. E volta a acusar esses produtos de não terem os mesmos padrões de saúde e rastreabilidade cobrados dos produtores europeus. Estima que a negociação precisa depender ainda de compromisso do Mercosul para melhorar seus padrões sanitários e suspender alguns obstáculos atualmente para a própria agricultura europeia.
Pecuaristas irlandeses, que alegam estar 'de joelhos' por dificuldades no setor, destacam que a carne bovina europeia está proibida no Brasil. A Copa-Cogeca reclama também que o Mercosul não tem um mercado comum integrado e que os produtos agrícolas europeus não podem ser exportados da mesma maneira para o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A resistência dos pecuaristas europeus em relação ao Mercosul continua firme após o acordo da UE com o Canadá, que já deu uma fatia do mercado para os produtores canadenses. E a tendência é de a que fatia para o Brasil e Argentina seja maior. Na última discussão em Bruxelas, no mês passado, negociadores da UE não detalharam ao Mercosul a oferta que fariam, mas indicaram que seria 'melhor' do que aquela feita em 2004, a última apresentada oficialmente.
Naquele ano, a UE ofereceu oficialmente cota de 100 mil toneladas para carne bovina, menos do que as 156 mil toneladas que chegou a ser prometida informalmente nas discussões. Em Bruxelas, analistas dizem que a Europa no momento está focada na eleição para o Parlamento Europeu, na semana que vem, e depois na escolha do presidente da Comissão Europeia.
Por sua vez, Luigi Gambardella, presidente da EUBrasil, entidade que apoia a conclusão do acordo birregional, nota que vários estudos mostram que a agricultura europeia será beneficiada pela liberalização entre os dois blocos. "As exportações agrícolas da UE estão concentradas em produtos de maior valor agregado como azeite, vinhos e outras bebidas. Com o possível acordo, os produtos agroalimentares da UE também terão mais cota de mercado brasileiro e do Mercosul. Complementaridade é a palavra-chave", afirmou. Para Gambardella, é importante que o setor agrícola brasileiro ajude a mostrar que o acordo é boa oportunidade. "O agroalimentar brasileiro é muito competitivo e poderá permitir um comércio mais equilibrado entre os blocos", diz.
Nesta terça-feira, negociadores do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai tentam fechar uma oferta comum de liberalização a ser apresentada aos europeus.
A pressão do setor agrícola europeu inclui carta ao comissário de agricultura da UE, Dacian Ciolos, insistindo que um acordo com o Mercosul causaria perdas bilionárias principalmente para a pecuária do velho continente. A Copa-Cogeca alega que mais de 70% das carnes bovina e de frango importadas pelos 28 países membros da UE já vem dos países do Mercosul. E volta a acusar esses produtos de não terem os mesmos padrões de saúde e rastreabilidade cobrados dos produtores europeus. Estima que a negociação precisa depender ainda de compromisso do Mercosul para melhorar seus padrões sanitários e suspender alguns obstáculos atualmente para a própria agricultura europeia.
Pecuaristas irlandeses, que alegam estar 'de joelhos' por dificuldades no setor, destacam que a carne bovina europeia está proibida no Brasil. A Copa-Cogeca reclama também que o Mercosul não tem um mercado comum integrado e que os produtos agrícolas europeus não podem ser exportados da mesma maneira para o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A resistência dos pecuaristas europeus em relação ao Mercosul continua firme após o acordo da UE com o Canadá, que já deu uma fatia do mercado para os produtores canadenses. E a tendência é de a que fatia para o Brasil e Argentina seja maior. Na última discussão em Bruxelas, no mês passado, negociadores da UE não detalharam ao Mercosul a oferta que fariam, mas indicaram que seria 'melhor' do que aquela feita em 2004, a última apresentada oficialmente.
Naquele ano, a UE ofereceu oficialmente cota de 100 mil toneladas para carne bovina, menos do que as 156 mil toneladas que chegou a ser prometida informalmente nas discussões. Em Bruxelas, analistas dizem que a Europa no momento está focada na eleição para o Parlamento Europeu, na semana que vem, e depois na escolha do presidente da Comissão Europeia.
Por sua vez, Luigi Gambardella, presidente da EUBrasil, entidade que apoia a conclusão do acordo birregional, nota que vários estudos mostram que a agricultura europeia será beneficiada pela liberalização entre os dois blocos. "As exportações agrícolas da UE estão concentradas em produtos de maior valor agregado como azeite, vinhos e outras bebidas. Com o possível acordo, os produtos agroalimentares da UE também terão mais cota de mercado brasileiro e do Mercosul. Complementaridade é a palavra-chave", afirmou. Para Gambardella, é importante que o setor agrícola brasileiro ajude a mostrar que o acordo é boa oportunidade. "O agroalimentar brasileiro é muito competitivo e poderá permitir um comércio mais equilibrado entre os blocos", diz.
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