Conjunção de fatores como o fim do programa de swap cambial do BC no Brasil e provável alta da taxa de juros nos Estados Unidos com o término do programa de estímulo do Fed pode levar cotação da moeda a R$ 2,45 este ano
Fábio Nascimento
LéaDe Luca
A estabilidade do dólar no atual patamar de preço está com os dias contados. Especialistas já estimam que a moeda norte- americana deve fechar o ano cotada a R$ 2,45, uma valorização de 10% em relação ao fechamento de ontem, de R$ 2,22. A alta está atrelada a fatores internos e externos: o fim dos leilões de swap cambial do Banco Central (BC), o anúncio do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) para o aumento dos juros após o término do programa de estímulo e os resultados das próximas pesquisas eleitorais para a presidente da República. A tendência de alta da moeda norte-americana está nas previsões do economista-chefe do BNP Paribas para a América Latina, Marcelo Carvalho. Para ele, o "ambiente de baixa volatilidade como o que vemos desde o começo do ano não dura muito tempo". Para o especialista, a queda recente das cotações não é por fortalecimento do real, mas por enfraquecimento do dólar.
"Com os títulos do Tesouro americano de dez anos caindo (era esperado que a taxa chegasse a 3% e ela caiu de 2,70% em 23 de abril para 2,53% em 23 de maio) o fluxo de dinheiro de curto prazo para investimentos em países emergentes como o Brasil aumentou", diz. Em seminário sobre competitividade industrial promovido pela FGV, em São Paulo, o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, previu que o BC deve mudar a estratégia de atuação no câmbio. "O (programa de) leilão de swap chegou a um nível que tem de começar a ser reduzido. Isso vai promover um realinhamento na taxa de câmbio", disse. Para Barbosa, o dólar a R$ 2,50 seria saudável para indústria brasileira e "faria o empresário parar de reclamar". Na avaliação do economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho, "não deve haver grandes captações internacionais nos próximos meses e haverá maior volatilidade no câmbio. A Dilma ainda é favorita e o dólar tende a ser mais volátil por conta disso. Estimamos R$ 2,40 até o fim do ano".
O especialista acredita numa subida gradual da moeda, mas pondera que "a intensidade da alta eo patamar de preço vão depender da pesquisa eleitoral. Se Dilma subir, dólar sobe bem. E também da sinalização do discurso do Fed a partir de julho e agosto". A avaliação dos dois especialistas ecoa na analise do estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, que estima o dólar a R$ 2,45no fim do ano. "As chances de reeleição diminuíram, mas acreditamos que é o cenário mais provável. Se isso acontecer, vai levar à desvalorização do real, pois a precificação da moeda se voltará aos indicadores econômicos".
Segundo Rostagno, "se olharmos os fundamentos econômicos, o Brasil cresce pouco, com inflação alta e déficit em conta corrente elevado". Rostagno entende que a estabilidade momentânea da moeda norte-americana está atrelada a dois fatores: "O mercado deu uma acalmada por conta do Fed (sinalização de subida de juros só em 2015) e as pesquisas eleitorais no Brasil, que fizeram os preços, mostrando Dilma perdendo margem na corrida eleitoral". Para Ítalo Abucater, especialista em câmbio da corretora Icap Brasil, a tendência é a mesma dos outros especialistas e acrescenta: "Câmbio é fluxo, e o que temos visto nas últimas semanas é um saldo negativo. Acho provável que essa situação persista nos próximos meses", disse Abucater.
Embora não acredite que o juro norte-americano vá subir este ano, o que poderia incentivar uma saída maior de recursos do Brasil, o especialista indica a atuação do BC como fator de pressão para a cotação do dólar. " A grande dúvida é sobre a continuidade do programa de swaps do Banco Central, marcado para terminar no dia 30 de junho. Caso amoeda chegue até lá em torno de R$ 2,20, coma demanda diminuindo, ele provavelmente não será renovado. Isso trará pressão sobre a cotação pouco antes de as condições do aumento do juro nos Estados Unidos começarem a ficar mais nítidas". O número menor de negócios durante a Copa do Mundo e a volatilidade maior típica do período eleitoral são dois outros fatores considerados por Abucater para apontar a taxa no fim do ano acima do patamar atual.
"Com os títulos do Tesouro americano de dez anos caindo (era esperado que a taxa chegasse a 3% e ela caiu de 2,70% em 23 de abril para 2,53% em 23 de maio) o fluxo de dinheiro de curto prazo para investimentos em países emergentes como o Brasil aumentou", diz. Em seminário sobre competitividade industrial promovido pela FGV, em São Paulo, o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, previu que o BC deve mudar a estratégia de atuação no câmbio. "O (programa de) leilão de swap chegou a um nível que tem de começar a ser reduzido. Isso vai promover um realinhamento na taxa de câmbio", disse. Para Barbosa, o dólar a R$ 2,50 seria saudável para indústria brasileira e "faria o empresário parar de reclamar". Na avaliação do economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho, "não deve haver grandes captações internacionais nos próximos meses e haverá maior volatilidade no câmbio. A Dilma ainda é favorita e o dólar tende a ser mais volátil por conta disso. Estimamos R$ 2,40 até o fim do ano".
O especialista acredita numa subida gradual da moeda, mas pondera que "a intensidade da alta eo patamar de preço vão depender da pesquisa eleitoral. Se Dilma subir, dólar sobe bem. E também da sinalização do discurso do Fed a partir de julho e agosto". A avaliação dos dois especialistas ecoa na analise do estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, que estima o dólar a R$ 2,45no fim do ano. "As chances de reeleição diminuíram, mas acreditamos que é o cenário mais provável. Se isso acontecer, vai levar à desvalorização do real, pois a precificação da moeda se voltará aos indicadores econômicos".
Segundo Rostagno, "se olharmos os fundamentos econômicos, o Brasil cresce pouco, com inflação alta e déficit em conta corrente elevado". Rostagno entende que a estabilidade momentânea da moeda norte-americana está atrelada a dois fatores: "O mercado deu uma acalmada por conta do Fed (sinalização de subida de juros só em 2015) e as pesquisas eleitorais no Brasil, que fizeram os preços, mostrando Dilma perdendo margem na corrida eleitoral". Para Ítalo Abucater, especialista em câmbio da corretora Icap Brasil, a tendência é a mesma dos outros especialistas e acrescenta: "Câmbio é fluxo, e o que temos visto nas últimas semanas é um saldo negativo. Acho provável que essa situação persista nos próximos meses", disse Abucater.
Embora não acredite que o juro norte-americano vá subir este ano, o que poderia incentivar uma saída maior de recursos do Brasil, o especialista indica a atuação do BC como fator de pressão para a cotação do dólar. " A grande dúvida é sobre a continuidade do programa de swaps do Banco Central, marcado para terminar no dia 30 de junho. Caso amoeda chegue até lá em torno de R$ 2,20, coma demanda diminuindo, ele provavelmente não será renovado. Isso trará pressão sobre a cotação pouco antes de as condições do aumento do juro nos Estados Unidos começarem a ficar mais nítidas". O número menor de negócios durante a Copa do Mundo e a volatilidade maior típica do período eleitoral são dois outros fatores considerados por Abucater para apontar a taxa no fim do ano acima do patamar atual.
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