Por Fernando Lopes, Mariana Caetano, Fernanda Pressinott e Camila Souza Ramos | De São Paulo
Foi oferecida ontem pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mais uma possibilidade para que a produção doméstica de milho do país seja mais rentável na safra que já começa a ser semeada (2014/15) do que sinalizam as atuais condições de mercado. Em seu relatório mensal de oferta e demanda de grãos, o USDA elevou consideravelmente sua estimativa para as exportações americanas de milho em 2013/14 e, com isso, reduziu a projeção para os estoques locais de passagem - conjunção que, no papel, "enxugou" o excedente no maior fornecedor global do cereal e animou os produtores no "Corn Belt".
Animados também ficaram os programas que, em um piscar de olhos, organizam novas informações como essas e disparam, automaticamente, ordens de compras ou vendas de contratos na bolsa de Chicago. Poucos segundos após a divulgação do relatório do USDA, futuros do milho chegaram a subir 2%, mas a disparada arrefeceu e as cotações encerraram a quarta-feira em baixa - ainda que o pregão tenha sido influenciado por movimentos financeiros externos derivados de novas informações relacionadas à política de estímulos do Fed, o banco central americano, à economia do EUA. Os papéis com vencimento em julho recuaram 5 centavos, ou 0,97%, para US$ 5,08 por bushel.
Nas novas contas do USDA, os embarques de milho dos EUA chegarão a 44,45 milhões de toneladas em 2013/14, 3,17 milhões a mais que o estimado no relatório de março e volume 139,2% superior ao de 2012/13 (18,58 milhões), quando a colheita do país foi prejudicada por uma severa estiagem. Todo esse volume adicional, conforme o órgão, sairá dos estoques finais americanos, que foram redimensionados para 33,82 milhões de toneladas, ainda 62,1% maiores que os do ciclo anterior e 34,6% maiores que os de 2011/12.
Como era de se esperar, o órgão também elevou a projeção para as importações globais de milho em 2013/14, mas a correção em relação ao quadro de março ficou aquém do volume adicionado agora às exportações americanas - 2,37 milhões de toneladas, para 113,41 milhões. Segundo maior exportador global, o Brasil, conforme o USDA, embarcará as mesmas 20 milhões de toneladas previstas anteriormente, ainda que Pequim tenha sinalizado a efetiva abertura da China ao milho brasileiro ao mesmo tempo em que mantém os portões fechados a variedades transgênicas cultivadas nos EUA e ainda proibidas em seu mercado.
Se os preços do milho em Chicago acusaram o peso de influências externas e recuaram, apesar dos novos fatores de uma equação mais altista divulgados pelo USDA, o mesmo não aconteceu com a soja. E, nesse tabuleiro, um dos destaques foi o Brasil. O órgão americano passou a projetar a produção brasileira da oleaginosa em 87,5 milhões de toneladas, 1 milhão a menos que o previsto no início de março por causa dos reflexos da estiagem na colheita da região Sul. Apesar do corte, o volume ainda é 6,7% superior ao do ciclo 2012/13 e, se confirmado, representará um novo recorde histórico.
O novo patamar reforça a liderança histórica dos EUA na produção global do grão, "ameaçada" no início da temporada pelo aumento da área plantada no Brasil em 2013/14. Em suas primeiras projeções para a temporada, antes de a seca ter causado estragos em lavouras de Rio Grande do Sul e Paraná, o USDA calculava que a produção brasileira superaria a americana. Sem problemas climáticos expressivos, a colheita dos EUA, já definida, alcançou 89,51 milhões de toneladas em 2013/14.
Se não será desta vez que superará os EUA em produção de soja, o Brasil novamente baterá o concorrente nas exportações do grão. Por conta da menor produção estimada, o órgão cortou sua previsão para os embarques brasileiros no ciclo que vai chegando ao fim em 500 mil toneladas em relação ao cálculo de março, para 44,5 milhões (6,2% mais que em 2012/13); em contrapartida, elevou em 1,36 milhão a projeção para as vendas americanas ao exterior, para 43 milhões de toneladas (19,7% acima da temporada anterior).
A demanda externa mais aquecida pelo grão dos EUA levou o USDA a reduzir sua projeção para os estoques finais daquele país em 31 de agosto de 2014 para 3,67 milhões de toneladas, 7,1% menos que o estimado em março e menos que em 2012/13 (3,83 milhões). Os estoques dos EUA estão em patamares historicamente baixos, o que colabora para sustentar os preços e incentivou os agricultores do país a elevar o plantio da soja em detrimento do milho.
O USDA não efetuou outras mudanças significativas no quadro global de oferta e demanda de soja em grão em 2013/14. Para a China, que lidera as importações globais da commodity, seguiu com os mesmo números - o país asiático deverá comprar no exterior 69 milhões de toneladas, quase 10 milhões a mais do que na temporada anterior. Foi a combinação entre demanda chinesa aquecida, ajustes para baixo para produção e embarques do Brasil (em março os volumes já haviam sido diminuídos) que levou ao aumento da estimativa do USDA para as exportações americanas, à queda da projeção para os estoques daquele país e à alta de preços ontem em Chicago, onde os papéis para julho subiram 16,50 centavos de dólar, ou 1,12%, para US$ 14,78 por bushel.
Como era de se esperar, o órgão também elevou a projeção para as importações globais de milho em 2013/14, mas a correção em relação ao quadro de março ficou aquém do volume adicionado agora às exportações americanas - 2,37 milhões de toneladas, para 113,41 milhões. Segundo maior exportador global, o Brasil, conforme o USDA, embarcará as mesmas 20 milhões de toneladas previstas anteriormente, ainda que Pequim tenha sinalizado a efetiva abertura da China ao milho brasileiro ao mesmo tempo em que mantém os portões fechados a variedades transgênicas cultivadas nos EUA e ainda proibidas em seu mercado.
Se os preços do milho em Chicago acusaram o peso de influências externas e recuaram, apesar dos novos fatores de uma equação mais altista divulgados pelo USDA, o mesmo não aconteceu com a soja. E, nesse tabuleiro, um dos destaques foi o Brasil. O órgão americano passou a projetar a produção brasileira da oleaginosa em 87,5 milhões de toneladas, 1 milhão a menos que o previsto no início de março por causa dos reflexos da estiagem na colheita da região Sul. Apesar do corte, o volume ainda é 6,7% superior ao do ciclo 2012/13 e, se confirmado, representará um novo recorde histórico.
O novo patamar reforça a liderança histórica dos EUA na produção global do grão, "ameaçada" no início da temporada pelo aumento da área plantada no Brasil em 2013/14. Em suas primeiras projeções para a temporada, antes de a seca ter causado estragos em lavouras de Rio Grande do Sul e Paraná, o USDA calculava que a produção brasileira superaria a americana. Sem problemas climáticos expressivos, a colheita dos EUA, já definida, alcançou 89,51 milhões de toneladas em 2013/14.
Se não será desta vez que superará os EUA em produção de soja, o Brasil novamente baterá o concorrente nas exportações do grão. Por conta da menor produção estimada, o órgão cortou sua previsão para os embarques brasileiros no ciclo que vai chegando ao fim em 500 mil toneladas em relação ao cálculo de março, para 44,5 milhões (6,2% mais que em 2012/13); em contrapartida, elevou em 1,36 milhão a projeção para as vendas americanas ao exterior, para 43 milhões de toneladas (19,7% acima da temporada anterior).
A demanda externa mais aquecida pelo grão dos EUA levou o USDA a reduzir sua projeção para os estoques finais daquele país em 31 de agosto de 2014 para 3,67 milhões de toneladas, 7,1% menos que o estimado em março e menos que em 2012/13 (3,83 milhões). Os estoques dos EUA estão em patamares historicamente baixos, o que colabora para sustentar os preços e incentivou os agricultores do país a elevar o plantio da soja em detrimento do milho.
O USDA não efetuou outras mudanças significativas no quadro global de oferta e demanda de soja em grão em 2013/14. Para a China, que lidera as importações globais da commodity, seguiu com os mesmo números - o país asiático deverá comprar no exterior 69 milhões de toneladas, quase 10 milhões a mais do que na temporada anterior. Foi a combinação entre demanda chinesa aquecida, ajustes para baixo para produção e embarques do Brasil (em março os volumes já haviam sido diminuídos) que levou ao aumento da estimativa do USDA para as exportações americanas, à queda da projeção para os estoques daquele país e à alta de preços ontem em Chicago, onde os papéis para julho subiram 16,50 centavos de dólar, ou 1,12%, para US$ 14,78 por bushel.
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