quarta-feira, 16 de abril de 2014

Custo Brasil encarece preços no transporte de cargas

Foto: Reprodução Google Imagens
Muitos reclamam dos preços que se pagam no Brasil. Além dos altos custos dos produtos, o valor dos impostos também deixa muita gente insatisfeita. Mas poucos sabem que as dificuldades no transporte de carga e na mobilidade urbana das grandes cidades estão diretamente ligadas aos altos preços. Durante o XVI Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (16), o Economista Chefe da Austin Rating, Alex Agostini, explicou que as deficiências estruturais, burocráticas e econômicas, conhecidas como Custo Brasil, encarecem o investimento e desenvolvimento do país.

De acordo com Agostini, a infraestrutura logística brasileira impacta muito no custo final do produto. Como exemplo, ele citou a situação dos portos na época de safra de grãos. “Um navio fica parado em média 30 dias para serem carregados. Por dia, esse navio custa 20 mil dólares e ao final desses 30 dias, o custo já atinge 600 mil dólares, afetando economicamente não só o comprador como também o produtor”. Além disso, o custo fixo de um caminhão é extremamente alto e ele parado gera mais custos, prejudicando as empresas que arcam com funcionários dependentes dessa renda.
Outro fator que influência no Custo Brasil são as dificuldades na mobilidade urbana. No Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a maioria dos brasileiros moradores de zonas urbanas costumam gastar 30 minutos no percurso casa-trabalho, totalizando por dia uma hora ou mais perdida apenas no trânsito. Agostini afirma que esse tempo “perdido” desgasta a pessoa, que produz menos. “Isso significa menos proatividade, precisando de mais pessoas para realizar o trabalho. Isso tudo é embutido no preço final, o que afeta nossa economia e qualidade de vida”.
Deficiência Burocrática
A carga tributária brasileira é mundialmente conhecida por ser extremamente elevada. “É um sistema complexo”, afirma Agostini. Segundo o economista, no Brasil são gastos, por ano, 2600 horas para preparar, registrar e pagar o imposto, enquanto na China são 338 horas e em países desenvolvidos como Estados Unidos, o número cai para 180 horas. “Isso tem efeito direto no custo. Significa um aumento significativo nos custos da empresa, número de especialistas com conhecimento tributário, que tem que imputar no preço final. O pior é que não há retorno para tantos gastos”.
Essas deficiências burocráticas causa ineficiência logística. Devido ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), para transportar mercadorias de Minas Gerais para São Paulo, por exemplo, é preciso pagar mais 12% a 18% no valor total.
Agência T1, Por Danielle Sousa

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