quarta-feira, 16 de abril de 2014

Com ajuda da Copa, Brasil eleva valor de exportação de vinho e espumante

Folha de S. Paulo - 16/04/2014

Com um empurrão da Copa do Mundo, o Brasil conseguiu elevar o valor agregado das exportações de vinhos e de espumantes neste ano.

MAURO ZAFALON
mauro.zafalon@uol.com.br

O preço médio de exportação foi de US$ 4,09 por litro no primeiro trimestre, ante US$ 0,63 no mesmo período de 2013. O expressivo aumento é explicado pela mudança no perfil das exportações.

Enquanto no ano passado elas foram influenciadas por grandes embarques de vinho a granel, impulsionados por estímulos do governo, em 2014 os vinhos e espumantes engarrafados dominam. Eles tiveram participação de 99% no total exportado, ante 26% no mesmo período de 2013.

Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), a receita com as garrafas subiu quase 300% neste ano, para US$ 3,3 milhões.

Segundo Roberta Pedreira, gerente do grupo Wines of Brazil --uma parceria entre o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e a Apex (Agência de Promoção às Exportações)--, os números refletem vendas importantes a grandes varejistas estrangeiros.

Parte dos vinhos embarcados neste ano teve como destino as redes Marks & Spencer e Waitrose, do Reino Unido, galeria Kaufhof, da Alemanha, e Southern Wines & Spirits, a maior distribuidora de bebidas dos EUA.

"O produto brasileiro ficou em evidência com a Copa. Algumas redes vão fazer ações com o vinho brasileiro", diz.

Mas o interesse estrangeiro pelo vinho brasileiro não deve ser passageiro. Para Roberta, o produto nacional conseguiu o reconhecimento de bebida "premium" fora do país. Só na categoria de vinhos e espumantes engarrafados, o preço médio de exportação subiu 21% neste ano, para US$ 4,22 por litro.

Mais ouro A China, que já é líder no consumo de ouro, vai demandar ainda mais o metal nos próximos anos. Em 2017, o consumo atingirá pelo menos 1,35 mil toneladas no país --hoje, ele é de 1,13 mil toneladas. A estimativa é do Conselho Mundial do Ouro.

Classe média A maior demanda terá suporte na classe média chinesa, que deve crescer 60% em seis anos, para 500 milhões de pessoas. Os candidatos ao consumo de ouro serão maiores do que a população total dos EUA, de 319 milhões de habitantes.

No banco O aumento da poupança que acompanhará a nova classe média chinesa elevará a demanda por ouro como investimento. O consumo em barras no país deve crescer 25% em quatro anos.

No corpo Com maior parte da população vivendo em áreas urbanas, espera-se também crescimento nas vendas de joias. A demanda por ouro em joalherias na China deve aumentar 17% até 2017, segundo o instituto. O país já representa 30% da demanda global pelo metal no setor.

Concentração A Mosaic anunciou ontem acordo para a compra do negócio de fertilizantes da ADM no Brasil e no Paraguai por US$ 350 milhões. Com a transação, as vendas da Mosaic subirão de 4 milhões para 6 milhões de toneladas ao ano na América do Sul, informou a empresa.

Reestruturação A ADM divulgou outras mudanças em seu portfólio internacional: decidiu vender o seu negócio de chocolates e comprar a fatia de 20% que ainda não possuía na trading Alfred C. Toepfer. A empresa pretende manter as operações de processamento de cacau.

Gangorra O preço do café caiu 6% ontem em Nova York, com investidores realizando lucros após as altas recentes.

TRIGO
+3,39%
Ontem, em Chicago

CAFÉ
-1,59%
Ontem, no mercado interno

Doença reduz exportação de suíno dos EUA

A produção americana de carne suína deve cair 2% neste ano, provocando um recuo de 2,8% nas exportações, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

A retração na suinocultura americana é resultado da Diarreia Suína Epidêmica (PED), doença registrada no país desde o ano passado, mas intensificada neste ano.

Até agora, 30 Estados americanos, quatro províncias canadenses e algumas áreas no México identificaram o vírus, que atinge principalmente suínos jovens. Em março, o rebanho suíno nos EUA atingiu o menor nível para o mês desde 2007, segundo o Usda.

Para Rui Vargas, da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a retração nas exportações americanas e o aumento das importações, estimado em 4%, podem abrir portas à carne suína brasileira em diferentes mercados.


TATIANA FREITAS (interina)

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