Principal bandeira dos exportadores brasileiros nos últimos anos, a taxa de câmbio já não está no centro das atenções do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Para ele, a falta de políticas integradas de apoio às exportações, com a retomada de negociações comerciais com grandes importadores e redução dos custos de produção, é hoje o principal obstáculo à indústria brasileira no mercado internacional. "A participação de manufaturados na balança comercial é a pior desde 1978", aponta o executivo.
As commodities dependem basicamente da China. Se a China mantiver o crescimento de 7%, 7,5% as commodities vão se manter no patamar que estão hoje. E o problema de China hoje, em termos de commodities, se refere ao fato de a Austrália estar aumentando a oferta de minério de ferro em torno de 170 milhões de toneladas. As demais commodities dependem da economia global e, principalmente, de especulação nas bolsas de mercadorias. No caso do café, vemos hoje que vai haver uma quebra de safra no Brasil ao redor de 10%, mas as cotações vêm subindo no mundo. Então o Brasil vai tirar proveito. Esse é um item em que prevíamos queda em dezembro mas, de repente,vamos ter um aumento nas exportações de café. E isso vai representar em torno de US$ 2 bilhões a mais na balança comercial em 2014. A soja, embora tenha só tem três exportadores — Brasil, EUA e Argentina, os três com superprodução — tem as cotações impulsionadas pela seca no Brasil. Era unanimidade que haveria uma queda este ano, nossa expectativa inicial previa algo em torno de US$ 490 por tonelada. Agora já acho que deve ficar na média uns US$ 525 ou US$ 530, quase o mesmo patamar do ano passado. Então, as commodities brasileira hoje é que vão sustentar. E, apesar da péssima infraestrutura, do custo logístico elevadíssimo e da burocracia, o que continua sustentando a balança são as commodities.
Por quanto tempo?
Temos uma grande oportunidade pela frente, que é a Índia, onde apenas 16% da população está nas cidades. A exemplo da China, vai começar um êxodo rural, que vai fazer com que as pessoas consumam mais alimentos. E o único país que tem condições de abastecer isso é o Brasil. Mas, para isso, temos que ter infraestru- tura nas áreas onde são plantadas e infraestrutura para transportar aprodução. Se nosprepa- rarmos, o Brasil vai ficar eternamente com superávit na balança comercial. Agora, o que a gente não quer é deixar de exportar manufaturados por problemas internos. Que nós seremos sempre um exportador de commodities, não há dúvida. Pela extensão territorial, pela cultura brasileira... Mas não queremos deixar de exportar manufaturados. Hoje, dos 14 maiores países exportadores do mundo, todos são exportadores de manufaturados. E o Brasil é o 22°, embora sejamos a sexta maior economia. O sexto maior exportador, que é a Coreia do Sul, vende US$ 550 bilhões e nós vamos exportar US$ 240 bilhões. Então temos potencial para dobrar exportações, basicamente em manufaturados.
Mas, nosúltimos anos, o peso dos manufaturados só tem caído...
Nós não temos infraestrutura e isso pesa muito para os manufa- turados. Como a commodity tem um patamar elevado de preços, qualquer custo adicional é absorvido. No manufaturado, não, tem que dar um preço competitivo. E nosso preço é alto porque nossos custos são altos, custo logístico, custo tributário, custo do trabalho, custo financeiro, tudo alto. Estudo que nós fizemos aqui mostra que 49% de nossas exportações de manufaturados são basicamente para a América do Sul. Os outros 51%, divididos pelo mundo. Só que a América do Sul, excluindo o Brasil, representa apenas 3% das importações mundiais. Outro foco, que é a África, também representa apenas 3% das importações mundiais. Então, concentramos nossas exportações de manufaturados em dois mercados que, juntos, representam apenas 6% das importações mundiais. Temos claramente um erro de foco comercial, estamos priorizando mercados em que o potencial de crescimento é pequeno. E, com relação aos Estados Unidos, maiores importadores mundiais, houve uma decisão de não atacar comercialmente. Tanto que, desde 2003, não tivemos nenhuma missão governamental para lá. No fundo, acabamos abandonando o mercado americano e os chineses ocuparam espaço. Hoje, 10% de nossas exportações são para os EUA. Em 2003, eram 25%.
Alguma perspectiva de reversão deste cenário?
Mudar, acho muito difícil. Até houve uma aproximação com os Estados Unidos, mais pelo interesse deles, quando o (presidente Barack) Obama convidou a presidenta Dilma Rousseff no ano passado. Mas ela não foi e a aproximação esfriou. A gente sente que o Brasil hoje tenta alguma coisa, mas não quer se abrir. No setor empresarial, já se fala abertamente em Alca (Área Livre de Comércio das Américas, proposta de acordo comercial lançado ainda no governo Bill Clinton), uma palavra que até alguns anos atrás era maldita. Não uma Alca com todos os países, como se pensava, mas pelo menos um acordo com os Estados Unidos. Não podemos ficar fora desse mercado.
Há algum movimento do governo nesse sentido?
Sim, algum. Mas não é uma coisa enfática. O fato é que hoje nossas exportações de manufaturados dependem de América do Sul e África. Mas a Argentina, que é nosso principal mercado, e Venezuela enfrentam todos aqueles problemas que a gente conhece. Os demais países que não têm problema, Chile, Colômbia e Peru, são exportadores de commodities, principalmente commodities minerais. Se as commodities caírem, automaticamente o poder de importação deles cai. E nossas exportações vão cair também.
Então, mesmo na nossapauta de manufaturados, somos dependentes das commodities?
Claro. Enquanto a carga tributária e a carga regulatória nãopa- ram de crescer, não temos condições de competir além da América Latina. Até mesmo aqui estamos perdendo para os asiáticos. Hoje, dizemos que que queremos discutir menos taxa de câmbio e mais redução de custo. Porque quando tem desvalorização, o mundo inteiro sabe disso e quer dividir o ganho. Se tem redução de custo, aquilo é da própria empresa, que tem condição de ajustar em função do custo. No Brasil, revogamos a lei da escala de produção. Quanto mais exporta, mais aumenta o seu custo, porquevai acumulando crédito de ICMS e não se sabe quando vai ter de volta. PIS e Cofins é a mesma coisa: oproduto final éisen- to, mas na cadeia produtiva vai agregando pedacinho de PIS e Cofins que não serão recuperados. Se quisermos exportar manufaturados, dar voos mais longos do que a América do Sul, temos que reduzir custos. Se tirássemos essas mazelas, o câmbio a R$ 2 seria ótimo. Para algumas empresas, até R$ 1,90 seria competitivo.
Qual a projeção da AEB para o fechamento da balança este ano?
Ainda não fizemos nenhuma revisão. Mas, em função do aumento do café e da recuperação da soja, está mais para zero a zero, dependendo de pendências de um lado e de outro. Do lado negativo, por exemplo, temos um baque no minério, em plataformas de petróleo (que teve grande impacto nas exportações do ano passado, com a contabilização de sete unidades) e o açúcar em queda. Em dezembro nossa projeção era um superávit de US$ 7,2 bilhões. Estamos projetando este ano que as exportações de petróleo aumentem 50%, o que nos traria de volta ao que foi em 2012. Mas, até agora, está muito ruim. A semana passada foi a primeira semana do ano que o volume exportado, em quantidade, superou 2013. Mas, se não aumentar pelo menos 50%, vamos ter problemas. O déficit este ano está muito relacionado ao combustível — mais uma vez. Porque as importações estão subindo. Veja que começam a falar em aumentar o eta- nol na gasolina, para reduzir importações em gasolina.
E para os próximos anos?
Olhando para 2015 e 2016, o comércio exterior brasileiro vai ter muita dificuldade, porque continuaremos contando com commodity. Em manufaturados, infelizmente, não tem perspectiva de mudança, porque nossos custos não vão diminuir em 2015, 2016. A taxa de câmbio pode subir, mas é um fator que foge ao controle das empresas. Tenho dito sempre que a diferença entre o governo e o setor privado é que o setor privado pensa a longoprazo, quando se trata de comércio exterior. E o governo pensa a curto prazo. Um exemplo claro é o Plano Brasil Maior. Tudo que foi pensado no plano em 2011, que entrou em vigor em 2012, já acabou. O Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras) acabou em 2013, no final deste ano acaba desoneração da folha de pagamento e a devolução de R$ 19 bilhões em PIS e Cofins não aconteceu. Não é que não tenha acontecido, mas é que são medidas pontuais. O que é ruim, porque o Reintegra não pode ser pontual, senão dá a entender que é subsídio. Se forpermanen- te, é ressarcimento de tributos indiretos que incidem sobre a exportação, como é feito em outros países. Então, na realidade, precisamos criar uma política integrada de Estado de comércio exterior. E hoje temos políticas isoladas de cada ministério. Há quantos anos ouvimos falar de cultura exportadora? Mas não há evolução nesse sentido.
Ao contrário, as estatísticas mostram queda no número de empresas exportadoras...
Sim. Observando os últimos anos, o número de empresas exportadoras está caindo. Pensar num país como o Brasil, que tem 4,5 milhões de empresas, ter apenas 18 mil exportadoras, é um número muito pequeno. No fundo, hoje voltamos ao patamar anterior a 1978. A fatia das exportações de manufaturados está pior do que 1978. As empresas globais estão procurando concentrar em países mais baratos. E esse é um outro problema do Brasil: o país está fora das cadeias de valor. Se verificarmos nos últimos anos o nível de investimento no Brasil e a qualidade desse investimento, vamos verificar que o dinheiro está vindo para serviços, infraestrutura e para a compra de alguma empresa no Brasil. Muito pouco para a nova indústria, porque estamos fora das cadeias de valores. Tirando a indústria automobilística, que é voltada para o mercado interno, não vemos ninguém chegando com planos voltados para o mercado externo.
As commodities dependem basicamente da China. Se a China mantiver o crescimento de 7%, 7,5% as commodities vão se manter no patamar que estão hoje. E o problema de China hoje, em termos de commodities, se refere ao fato de a Austrália estar aumentando a oferta de minério de ferro em torno de 170 milhões de toneladas. As demais commodities dependem da economia global e, principalmente, de especulação nas bolsas de mercadorias. No caso do café, vemos hoje que vai haver uma quebra de safra no Brasil ao redor de 10%, mas as cotações vêm subindo no mundo. Então o Brasil vai tirar proveito. Esse é um item em que prevíamos queda em dezembro mas, de repente,vamos ter um aumento nas exportações de café. E isso vai representar em torno de US$ 2 bilhões a mais na balança comercial em 2014. A soja, embora tenha só tem três exportadores — Brasil, EUA e Argentina, os três com superprodução — tem as cotações impulsionadas pela seca no Brasil. Era unanimidade que haveria uma queda este ano, nossa expectativa inicial previa algo em torno de US$ 490 por tonelada. Agora já acho que deve ficar na média uns US$ 525 ou US$ 530, quase o mesmo patamar do ano passado. Então, as commodities brasileira hoje é que vão sustentar. E, apesar da péssima infraestrutura, do custo logístico elevadíssimo e da burocracia, o que continua sustentando a balança são as commodities.
Por quanto tempo?
Temos uma grande oportunidade pela frente, que é a Índia, onde apenas 16% da população está nas cidades. A exemplo da China, vai começar um êxodo rural, que vai fazer com que as pessoas consumam mais alimentos. E o único país que tem condições de abastecer isso é o Brasil. Mas, para isso, temos que ter infraestru- tura nas áreas onde são plantadas e infraestrutura para transportar aprodução. Se nosprepa- rarmos, o Brasil vai ficar eternamente com superávit na balança comercial. Agora, o que a gente não quer é deixar de exportar manufaturados por problemas internos. Que nós seremos sempre um exportador de commodities, não há dúvida. Pela extensão territorial, pela cultura brasileira... Mas não queremos deixar de exportar manufaturados. Hoje, dos 14 maiores países exportadores do mundo, todos são exportadores de manufaturados. E o Brasil é o 22°, embora sejamos a sexta maior economia. O sexto maior exportador, que é a Coreia do Sul, vende US$ 550 bilhões e nós vamos exportar US$ 240 bilhões. Então temos potencial para dobrar exportações, basicamente em manufaturados.
Mas, nosúltimos anos, o peso dos manufaturados só tem caído...
Nós não temos infraestrutura e isso pesa muito para os manufa- turados. Como a commodity tem um patamar elevado de preços, qualquer custo adicional é absorvido. No manufaturado, não, tem que dar um preço competitivo. E nosso preço é alto porque nossos custos são altos, custo logístico, custo tributário, custo do trabalho, custo financeiro, tudo alto. Estudo que nós fizemos aqui mostra que 49% de nossas exportações de manufaturados são basicamente para a América do Sul. Os outros 51%, divididos pelo mundo. Só que a América do Sul, excluindo o Brasil, representa apenas 3% das importações mundiais. Outro foco, que é a África, também representa apenas 3% das importações mundiais. Então, concentramos nossas exportações de manufaturados em dois mercados que, juntos, representam apenas 6% das importações mundiais. Temos claramente um erro de foco comercial, estamos priorizando mercados em que o potencial de crescimento é pequeno. E, com relação aos Estados Unidos, maiores importadores mundiais, houve uma decisão de não atacar comercialmente. Tanto que, desde 2003, não tivemos nenhuma missão governamental para lá. No fundo, acabamos abandonando o mercado americano e os chineses ocuparam espaço. Hoje, 10% de nossas exportações são para os EUA. Em 2003, eram 25%.
Alguma perspectiva de reversão deste cenário?
Mudar, acho muito difícil. Até houve uma aproximação com os Estados Unidos, mais pelo interesse deles, quando o (presidente Barack) Obama convidou a presidenta Dilma Rousseff no ano passado. Mas ela não foi e a aproximação esfriou. A gente sente que o Brasil hoje tenta alguma coisa, mas não quer se abrir. No setor empresarial, já se fala abertamente em Alca (Área Livre de Comércio das Américas, proposta de acordo comercial lançado ainda no governo Bill Clinton), uma palavra que até alguns anos atrás era maldita. Não uma Alca com todos os países, como se pensava, mas pelo menos um acordo com os Estados Unidos. Não podemos ficar fora desse mercado.
Há algum movimento do governo nesse sentido?
Sim, algum. Mas não é uma coisa enfática. O fato é que hoje nossas exportações de manufaturados dependem de América do Sul e África. Mas a Argentina, que é nosso principal mercado, e Venezuela enfrentam todos aqueles problemas que a gente conhece. Os demais países que não têm problema, Chile, Colômbia e Peru, são exportadores de commodities, principalmente commodities minerais. Se as commodities caírem, automaticamente o poder de importação deles cai. E nossas exportações vão cair também.
Então, mesmo na nossapauta de manufaturados, somos dependentes das commodities?
Claro. Enquanto a carga tributária e a carga regulatória nãopa- ram de crescer, não temos condições de competir além da América Latina. Até mesmo aqui estamos perdendo para os asiáticos. Hoje, dizemos que que queremos discutir menos taxa de câmbio e mais redução de custo. Porque quando tem desvalorização, o mundo inteiro sabe disso e quer dividir o ganho. Se tem redução de custo, aquilo é da própria empresa, que tem condição de ajustar em função do custo. No Brasil, revogamos a lei da escala de produção. Quanto mais exporta, mais aumenta o seu custo, porquevai acumulando crédito de ICMS e não se sabe quando vai ter de volta. PIS e Cofins é a mesma coisa: oproduto final éisen- to, mas na cadeia produtiva vai agregando pedacinho de PIS e Cofins que não serão recuperados. Se quisermos exportar manufaturados, dar voos mais longos do que a América do Sul, temos que reduzir custos. Se tirássemos essas mazelas, o câmbio a R$ 2 seria ótimo. Para algumas empresas, até R$ 1,90 seria competitivo.
Qual a projeção da AEB para o fechamento da balança este ano?
Ainda não fizemos nenhuma revisão. Mas, em função do aumento do café e da recuperação da soja, está mais para zero a zero, dependendo de pendências de um lado e de outro. Do lado negativo, por exemplo, temos um baque no minério, em plataformas de petróleo (que teve grande impacto nas exportações do ano passado, com a contabilização de sete unidades) e o açúcar em queda. Em dezembro nossa projeção era um superávit de US$ 7,2 bilhões. Estamos projetando este ano que as exportações de petróleo aumentem 50%, o que nos traria de volta ao que foi em 2012. Mas, até agora, está muito ruim. A semana passada foi a primeira semana do ano que o volume exportado, em quantidade, superou 2013. Mas, se não aumentar pelo menos 50%, vamos ter problemas. O déficit este ano está muito relacionado ao combustível — mais uma vez. Porque as importações estão subindo. Veja que começam a falar em aumentar o eta- nol na gasolina, para reduzir importações em gasolina.
E para os próximos anos?
Olhando para 2015 e 2016, o comércio exterior brasileiro vai ter muita dificuldade, porque continuaremos contando com commodity. Em manufaturados, infelizmente, não tem perspectiva de mudança, porque nossos custos não vão diminuir em 2015, 2016. A taxa de câmbio pode subir, mas é um fator que foge ao controle das empresas. Tenho dito sempre que a diferença entre o governo e o setor privado é que o setor privado pensa a longoprazo, quando se trata de comércio exterior. E o governo pensa a curto prazo. Um exemplo claro é o Plano Brasil Maior. Tudo que foi pensado no plano em 2011, que entrou em vigor em 2012, já acabou. O Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras) acabou em 2013, no final deste ano acaba desoneração da folha de pagamento e a devolução de R$ 19 bilhões em PIS e Cofins não aconteceu. Não é que não tenha acontecido, mas é que são medidas pontuais. O que é ruim, porque o Reintegra não pode ser pontual, senão dá a entender que é subsídio. Se forpermanen- te, é ressarcimento de tributos indiretos que incidem sobre a exportação, como é feito em outros países. Então, na realidade, precisamos criar uma política integrada de Estado de comércio exterior. E hoje temos políticas isoladas de cada ministério. Há quantos anos ouvimos falar de cultura exportadora? Mas não há evolução nesse sentido.
Ao contrário, as estatísticas mostram queda no número de empresas exportadoras...
Sim. Observando os últimos anos, o número de empresas exportadoras está caindo. Pensar num país como o Brasil, que tem 4,5 milhões de empresas, ter apenas 18 mil exportadoras, é um número muito pequeno. No fundo, hoje voltamos ao patamar anterior a 1978. A fatia das exportações de manufaturados está pior do que 1978. As empresas globais estão procurando concentrar em países mais baratos. E esse é um outro problema do Brasil: o país está fora das cadeias de valor. Se verificarmos nos últimos anos o nível de investimento no Brasil e a qualidade desse investimento, vamos verificar que o dinheiro está vindo para serviços, infraestrutura e para a compra de alguma empresa no Brasil. Muito pouco para a nova indústria, porque estamos fora das cadeias de valores. Tirando a indústria automobilística, que é voltada para o mercado interno, não vemos ninguém chegando com planos voltados para o mercado externo.
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