Valor Econômico - 18/12/2014
Jane Soares | De São Paulo
Enquanto as exportações brasileiras patinam e os empresários depositam esperanças de melhora nas medidas para o comércio exterior a serem anunciadas em janeiro pela nova equipe econômica, o setor produtivo comemora duas boas notícias. O relançamento do programa Reintegra - regime de restituição de crédito para os exportadores de bens manufaturados - e a implantação do Portal Único do Comércio Exterior que recebeu novas ferramentas neste início de dezembro, que permite anexar documentos eletronicamente, dispensando comparecimento em um dos 17 órgãos envolvidos no processo exportador. Quando a ferramenta estiver definitivamente implantada, em 2017, a estimativa do governo é que os prazos das operações de importação e exportação serão reduzidos em 40% e haverá uma grande economia para as empresas, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
A burocracia alfandegária/aduaneira é justamente a segunda maior dificuldade apontada pelas 639 empresas exportadores de vários segmentos e portes, que participaram da pesquisa 'Entraves às Exportações Brasileiras', divulgada em maio pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nada menos que 83,6% dos empresários consultados relatam dificuldades para vender no mercado externo. Entre as principais, citam a taxa de câmbio (46,3%), a burocracia alfandegária/aduaneira (44,4%) e a burocracia tributária (28,3%). O estudo lembra que o mercado brasileiro é um dos dez maiores do mundo, mas representa apenas 4% da demanda mundial. E traz um alerta: "Por isso, o país não pode cair na armadilha de acreditar que o consumo interno é suficiente para garantir os ganhos de competitividade e o crescimento da indústria".
No entanto, o comércio internacional ainda é incipiente. Jose Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), lembra que o Produto Interno Bruto do Brasil foi de US$ 2,242 trilhões no ano passado e o da Coreia do Sul, US$ 1,221 trilhão. O Brasil exportou US$ 93 bilhões em produtos manufaturados em 2013, enquanto a Coreia do Sul vendeu US$ 550 bilhões. "Será que o parque produtivo da Coreia é maior que o brasileiro?", diz. Assim, não é de estranhar que os negócios internacionais representem 10% ou menos do faturamento bruto de 62,3% das companhias pesquisadas. As exportações representam 80% da receita bruta para apenas 7,2% delas, responsáveis por 65% do valor exportado.
Alguns entraves citados pelos empresários são de responsabilidade das empresas - 75,6% relatam dificuldades internas que impedem o aumento das importações. Entre essas, a falta de informação sobre mercados (35,8%), a adequação do produto e do processo produtivo (28,4%), a contratação de representante externo (26,9%) e a concessão de crédito ao importador (24,4%). Reivindicações antigas, como as reformas trabalhista e tributária e melhora da infraestrutura já foram colocadas à mesa da nova equipe econômica.
"Políticas industrial e de comércio exterior precisam andar lado a lado para integrar o Brasil às cadeias produtivas mundiais", diz Vera Thorstensen, coordenadora do Centro de Comércio Global da Fundação Getulio Vargas (FGV). "Também precisamos negociar acordos para abrir novas portas para os produtos brasileiros", enfatiza Daiane Santos, economista da Fundação Centro de Estados do Comércio Exterior (Funcex).
A burocracia alfandegária/aduaneira é justamente a segunda maior dificuldade apontada pelas 639 empresas exportadores de vários segmentos e portes, que participaram da pesquisa 'Entraves às Exportações Brasileiras', divulgada em maio pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nada menos que 83,6% dos empresários consultados relatam dificuldades para vender no mercado externo. Entre as principais, citam a taxa de câmbio (46,3%), a burocracia alfandegária/aduaneira (44,4%) e a burocracia tributária (28,3%). O estudo lembra que o mercado brasileiro é um dos dez maiores do mundo, mas representa apenas 4% da demanda mundial. E traz um alerta: "Por isso, o país não pode cair na armadilha de acreditar que o consumo interno é suficiente para garantir os ganhos de competitividade e o crescimento da indústria".
No entanto, o comércio internacional ainda é incipiente. Jose Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), lembra que o Produto Interno Bruto do Brasil foi de US$ 2,242 trilhões no ano passado e o da Coreia do Sul, US$ 1,221 trilhão. O Brasil exportou US$ 93 bilhões em produtos manufaturados em 2013, enquanto a Coreia do Sul vendeu US$ 550 bilhões. "Será que o parque produtivo da Coreia é maior que o brasileiro?", diz. Assim, não é de estranhar que os negócios internacionais representem 10% ou menos do faturamento bruto de 62,3% das companhias pesquisadas. As exportações representam 80% da receita bruta para apenas 7,2% delas, responsáveis por 65% do valor exportado.
Alguns entraves citados pelos empresários são de responsabilidade das empresas - 75,6% relatam dificuldades internas que impedem o aumento das importações. Entre essas, a falta de informação sobre mercados (35,8%), a adequação do produto e do processo produtivo (28,4%), a contratação de representante externo (26,9%) e a concessão de crédito ao importador (24,4%). Reivindicações antigas, como as reformas trabalhista e tributária e melhora da infraestrutura já foram colocadas à mesa da nova equipe econômica.
"Políticas industrial e de comércio exterior precisam andar lado a lado para integrar o Brasil às cadeias produtivas mundiais", diz Vera Thorstensen, coordenadora do Centro de Comércio Global da Fundação Getulio Vargas (FGV). "Também precisamos negociar acordos para abrir novas portas para os produtos brasileiros", enfatiza Daiane Santos, economista da Fundação Centro de Estados do Comércio Exterior (Funcex).
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