quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Alta do dólar é incentivo para fabricantes de equipamentos

Brasil Econômico - 10/12/2014

Por meio do Programa Mais Alimento Internacional, o Brasil vai oferecer crédito de US$ 23 milhões para 15 países, a maioria africanos, destinado à compra de itens nacionais, como plantadeiras e arados

A escalada do dólar, que desde o fim de outubro tem se mantido acima dos R$ 2,50, deu novo fôlego aos fabricantes de máquinas e implementos agrícolas. Até então, as vendas ao Exterior acumulavam queda de 6,2% em 2014 em comparação aos dez primeiros meses do ano passado, totalizando US$ 772,2 milhões. "Até 90 dias atrás estávamos fora do mercado. Perdemos clientes devido à forte concorrência. Nosso preço não estava bom. Agora, com a reação do dólar, voltamos a ganhar espaço, mas, quando retornamos à briga, muitas empresas já haviam firmado acordos, que podem durar por pelo menos seis meses", afirma o vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan.

"A grande diferença é que quem entra nessa competição tem condições mais favoráveis, com financiamento de longo prazo e apoio do governo, o que deixa os preços mais atraentes." Essa realidade, ao que parece, está começando a mudar. Marchesan destaca que, graças ao programa Mais Alimento Internacional, o Brasil vai oferecer crédito para 15 países, sendo a maioria africanos, para comprar itens nacionais. "O primeiro país contemplado é o Zimbábue. Por enquanto foram US$ 23 milhões, e a ideia é alcançar US$ 100 milhões. São 15 anos para pagar com juros de 2,5%ao ano." O próximo será Moçambique. Dentre os principais produtos dapauta de exportação estão implementos para o preparo do solo, plantadeiras e arados. Devido à tecnologia desenvolvida especificamente para o território brasileiro, típico de trópicos, as empresas do segmento vendem seu know-how principalmente para os vizinhos da América Latina (Paraguai, Argentina e Bolívia).

"Considerando o cenário de alta competitividade, onde a qualidade, o preço final de venda, a produtividade, o cumprimento de metas de produção e o respeito aos prazos de entrega dos produtos agropecuários são fundamentais, sem contar a velocidade em que tudo isso acontece, a inovação e a diferenciação passam a ser o cerne de qualquer planejamento estratégico tanto no âmbito empresarial quanto no governamental, não importando o tamanho de cada negócio", afirma Flávio Palagi Siqueira, vice-presidente do Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio (IBDAgro). As tecnologias, de acordo com Siqueira, estão se transformando em commodities mundiais. "O que torna um fabricante eficiente é a sua diferenciação, com inovação ligada ao futuro. E o futuro pertence a quem sabe realizar antecipação de tendências", avalia. Em relação às importações, que também encerraram outubro em queda acumulada de 11,3%, para US$ 436,8 milhões, os maquinários mais importados são os de fenação, silagem e trato de gado. E eles vêm principalmente dos Estados Unidos, da China e da Alemanha.

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