Simone Cavalcanti | Para o Valor, de São Paulo
O movimento de desvalorização do real, que tem mantido o dólar entre R$ 2,50 e R$ 2,60, começa a atrair a atenção dos exportadores do setor têxtil. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Rafael Cervone, que deixa transparecer uma mistura de alívio e cautela com o cenário. "Nos últimos oito anos, a situação cambial foi muito desfavorável às exportações", afirma.
"O patamar que, de fato, neutraliza o índice Big Mac é R$ 2,70", diz Cervone citando o indicador idealizado pela revista inglesa "The Economist" para ilustrar assimetrias cambiais de custo de vida entre países. O índice tem sido usado como argumento de que a adoção do regime de câmbio fixo com desvalorização de sua própria moeda, principalmente pela China, tem consequências negativas para a indústria brasileira.
No entanto, diz o executivo, a previsibilidade é um fator tão importante quanto a cotação da moeda. "A falta de previsibilidade mata", diz. Segundo ele, oscilações muito bruscas da moeda chegam a ser prejudiciais para o fechamento dos contratos de embarques. Assim como medidas do governo que não são bem definidas.
"Quando o governo não toma as medidas necessárias, o foco fica sobre o câmbio. Quando faz a sua parte, a pressão diminui", diz Josefina Guedes, diretora da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Segundo ela, há problemas estruturais que precisam ser resolvidos não apenas olhando o setor têxtil, mas para todo o projeto exportador brasileiro.
Este ano, as exportações de têxteis alcançaram US$ 1,9 bilhão entre janeiro e outubro, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), um avanço de 0,74% sobre igual período de 2013. No mesmo intervalo, o volume de importações aumentou 5,24%, para US$ 6,1 bilhões, aprofundando o déficit comercial do setor. O algodão - produto de baixo valor agregado - é responsável por 56,7% do valor dos embarques. O produto é um dos quatro entre 14 rubricas em que há superávit. Todos são primários.
Entidades do setor e órgãos do governo tentam incentivar as exportações de produtos de maior valor agregado. Alexandre Comin, diretor do Departamento de Competitividade Industrial do Mdic, cita a desoneração da folha de pagamentos, ações de fortalecimento da marca Brasil e uma linha de financiamento do BNDES, a Prodesign, como incentivo ao desenvolvimento de produtos e diferenciação na cadeia produtiva têxtil.
A Abit e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) renovaram o convênio para o Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil). O projeto conseguiu elevar o valor agregado dos produtos exportados. Em 2000, as peças de vestuários eram embarcadas a US$ 13,33 o quilo. Hoje, esse montante chega a US$ 49,12.
Dados da Abit indicam que, em 2013, as empresas não participantes do programa apresentaram recuo de 50% em seus embarques. E as atuantes elevaram o valor de suas as vendas externas em 11,5%.
"O patamar que, de fato, neutraliza o índice Big Mac é R$ 2,70", diz Cervone citando o indicador idealizado pela revista inglesa "The Economist" para ilustrar assimetrias cambiais de custo de vida entre países. O índice tem sido usado como argumento de que a adoção do regime de câmbio fixo com desvalorização de sua própria moeda, principalmente pela China, tem consequências negativas para a indústria brasileira.
No entanto, diz o executivo, a previsibilidade é um fator tão importante quanto a cotação da moeda. "A falta de previsibilidade mata", diz. Segundo ele, oscilações muito bruscas da moeda chegam a ser prejudiciais para o fechamento dos contratos de embarques. Assim como medidas do governo que não são bem definidas.
"Quando o governo não toma as medidas necessárias, o foco fica sobre o câmbio. Quando faz a sua parte, a pressão diminui", diz Josefina Guedes, diretora da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Segundo ela, há problemas estruturais que precisam ser resolvidos não apenas olhando o setor têxtil, mas para todo o projeto exportador brasileiro.
Este ano, as exportações de têxteis alcançaram US$ 1,9 bilhão entre janeiro e outubro, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), um avanço de 0,74% sobre igual período de 2013. No mesmo intervalo, o volume de importações aumentou 5,24%, para US$ 6,1 bilhões, aprofundando o déficit comercial do setor. O algodão - produto de baixo valor agregado - é responsável por 56,7% do valor dos embarques. O produto é um dos quatro entre 14 rubricas em que há superávit. Todos são primários.
Entidades do setor e órgãos do governo tentam incentivar as exportações de produtos de maior valor agregado. Alexandre Comin, diretor do Departamento de Competitividade Industrial do Mdic, cita a desoneração da folha de pagamentos, ações de fortalecimento da marca Brasil e uma linha de financiamento do BNDES, a Prodesign, como incentivo ao desenvolvimento de produtos e diferenciação na cadeia produtiva têxtil.
A Abit e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) renovaram o convênio para o Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil). O projeto conseguiu elevar o valor agregado dos produtos exportados. Em 2000, as peças de vestuários eram embarcadas a US$ 13,33 o quilo. Hoje, esse montante chega a US$ 49,12.
Dados da Abit indicam que, em 2013, as empresas não participantes do programa apresentaram recuo de 50% em seus embarques. E as atuantes elevaram o valor de suas as vendas externas em 11,5%.
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