Assis Moreira | Valor Econômico
SYDNEY - Não se deve confundir desvalorização do real com vulnerabilidade. Foi nessa linha que o Brasil contestou hoje, indiretamente, na reunião do G-20, relatórios do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), colocando o país como um dos “Cinco Frágeis” em meio à turbulência atual nos emergentes.
“O ajuste de preço de ativos (no país) não quer dizer fragilidade", afirmou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey, que substitui o ministro Guido Mantega na reunião.
Cozendey, embaixador de carreira, foi discreto sobre a discussão dentro do G-20. Mas relato de fontes é de que o Brasil introduziu um debate equilibrado e evitando antagonismo, mas deixando claro que não se pode associar reprecificação de ativos com vulnerabilidade. A África do Sul também abordou o problema com análises de instituições oficiais.
Um argumento é que o dólar está em processo de valorização porque a economia americana está se recuperando. A mesma situação acontece com a Rússia, que tem superávit na conta corrente de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Um dos argumentos do Brasil, segundo fontes, foi de que recebeu US$ 100 bilhões de fluxos de capitais durante a crise e só saíram US$ 8 bilhões mais recentemente com as turbulências causadas pelo corte no programa americano de compras de ativos.
Com a normalização da política monetária americana, o ajuste nos ativos de emergentes é natural, não é uma crise desses países, conforme insistiram vários representantes de emergentes na reunião do G-20, segundo fontes.
“O Brasil está preparado, tem seus colchões (de proteção). O que vai fazer depende do futuro”, afirmou Cozendey.
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