sexta-feira, 25 de maio de 2012

Produtor antecipa compra de adubo e evita dólar caro

Coluna - Vaivém
Folha de S. Paulo - 24/05/2012


MAURO ZAFALON


Os agricultores de Mato Grosso, principal Estado produtor de grãos, já negociaram 83% do adubo que vão usar na safra 2012/13. No mesmo período do ano passado, esse índice era de 74%. 

Essa antecipação de compra feita pelos agricultores é apontada também pelas indústrias do setor, que, nos quatro primeiros meses deste ano, entregaram 6,9 milhões de toneladas, 8,3% mais do que de janeiro a abril de 2011, segundo a Anda. 

A soja teve boa evolução de preço em março e em abril, o que animou o produtor a aumentar as vendas futuras da oleaginosa e a antecipar as compras de insumos, segundo Otávio Behling Junior, analista de custos de produtos do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). 

Os produtores do Estado já comercializaram 45% da soja que deverá ser semeada no segundo semestre do ano. 

Quem não antecipou as compras desembolsará mais. Os preços do adubo subiram entre 15% e 20% em dólar de março a abril, dependendo do produto, e a moeda norte-americana está em alta. 

O governo incentiva a venda de carro, mas e o combustível? 

Os novos incentivos do governo ao setor automobilístico vão auxiliar as indústrias a desovar os estoques acumulados nós últimos meses. 

O incentivo poderá fazer o setor negociar acima de 900 mil veículos nos próximos três meses. Mas, para isso, o governo abdicará de R$ 2,7 bilhões em tributos. 

O problema é que há incentivo à indústria automobilística, mas se mantém inalterado o quadro de oferta de combustível. 

A produção anual de etanol hidratado fica praticamente estagnada nos 12 bilhões de litros por safra, e o abastecimento deverá ser complementado com mais importação de gasolina. 

Os R$ 2,7 bilhões em renúncia fiscal ao setor automobilístico representariam R$ 0,22 por litro de etanol hidratado produzido durante a safra, valor que tiraria a pressão dos custos do etanol. 

Pressionado pela falta de margem, devido ao preço controlado da gasolina, o setor sucroalcooleiro não tem feito investimentos para elevar a produção de álcool. 

Além disso, a safra deste ano começa com o mesmo cenário de pouca oferta de cana de 2011: as usinas vão continuar com ociosidade e elevação de custos, fugindo dos investimentos. 

O país corre o perigo de elevar as vendas de carros, aumentar a inadimplência no setor e, de quebra, não ter oferta regular de combustível para impulsionar a frota. 

Vaca louca 

Brasil obtém status de risco insignificante 

O Brasil tem risco insignificante no que se refere à possibilidade de ocorrência da doença da vaca louca. 

É o que ficou definido ontem em Paris na 80ª sessão geral da assembleia mundial de delegados da Organização Mundial de Saúde Animal. 

Com a mudança, o Brasil passará a fazer parte de um grupo restrito de somente 19 países nessa categoria e ampliará as exportações de carnes e de animais, segundo o Ministério da Agricultura. 

ração animal 

Produção aumenta, mas em ritmo menor 

A indústria de ração terá ritmo menor neste ano. As indústrias do setor vão produzir 66,2 milhões de toneladas de ração e 2,6 milhões de toneladas de suplementos minerais. 

As estimativas são do Sindirações (entidade das empresas do setor) e, se confirmadas, vão indicar crescimento de 2,8%. Em 2011, havia sido de 5,2%. 

O setor de rações para aves, o de maior volume -38,3 milhões de t-, crescerá 3,1%.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário!

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.