sexta-feira, 18 de maio de 2012

O custo da ineficiência

Brasil Econômico - 18/05/2012
Carga demora para sair do porto de Santos metade do tempo que levou para chegar da China
R.O.


Em tempos de obras no porto de Santos, ter de encarar fila de espera para desembarcar produtos virou um rotina para os navios da Maersk Line. Para Robbert Van Trooijen, presidente da empresa na América Latina, ao menos agora, a espera tem um objetivo nobre: melhorar a infraestrutura. 

"Nos últimos três anos, a estrutura portuária avançou muito no Brasil, assim como a demanda de exportação e importação", afirma. 

No entanto, essa infraestrutura ainda está bastante aquém de outros mercados. Trooijen cita como exemplo o porto de Los Angeles, nos Estados Unidos. 

"Um contêiner leva cerca de 12h para sair do porto e ir em direção à Chicago. Em São Paulo, a liberação da carga demora em média 14 dias", afirma, ressaltando que é praticamente metade do tempo que a carga levou para chegar da China ao Brasil. 

Mesmo na Índia, onde as dificuldades, e oportunidades, costumam ser semelhantes as do Brasil, a eficiência é maior. O país utiliza o modelo de porto seco no interior para fazer a alfândega da mercadoria, desafogando a demanda dos portos marítimos. 

"De um dos portos saem sete trens diários com mercadorias" , afirma. O executivo diz que Santos terá terminais eficientes quando conseguir chegar ao número de 26 contêineres sendo descarregados por guindaste a cada hora. "Hoje, são 16, 18 por hora."

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