Importação chinesa fica estagnada

Valor Econômico - 11/05/2012

A estagnação das importações da China em abril elevou o receio de uma maior fragilidade da demanda da segunda maior economia global. Crescerá a pressão para Pequim estimular a economia. A China teve superávit comercial de US$ 18,4 bilhões, ante US$ 5,3 bilhões de março, mas a expansão de suas trocas continua declinando. As exportações cresceram só 4,9% em um ano, metade do esperado, indo a US$ 163,2 bilhões. As importações subiram 0,3%, totalizando US$ 144,8 bilhões; analistas previam alta de 10,9%. Os dados de abril confirmam que o firme crescimento nas vendas para os emergentes e os EUA continua a compensar a fragilidade das exportações para a Europa. Já as importações fracas preocupam analistas. Para Qinwei Wang, especialista em China, boa parte da fragilidade tem sido as importações para uso doméstico, mas as compras para processamento e reexportação também caíram. Commodities e não commodities tiveram desaceleração idêntica, de 5%. A balança comercial de abril foi uma ducha de água fria para quem esperava que a economia chinesa tivesse atingido o ponto mais baixo. Quanto ao saldo comercial, o maior desde fevereiro de 2009, tem a ver com menos importação, mas também com queda nos preços das commodities. A expectativa de analistas é que o preço de matérias-primas vai cair. Com isso, o superávit chinês deverá continuar elevado, ainda que a demanda por importados se recupere. Para alguns analistas, o queda no comércio exterior pode levar Pequim a cortar as exigências de depósito compulsório dos bancos, estimular a construção de imóveis para famílias de menor renda e financiar projetos de infraestrutura. Os estragos causados pela crise na Europa afetam a Ásia inteira. As vendas das Filipinas caíram em março. Na Malásia, a produção industrial cresceu menos da metade do previsto. Na Coreia do Sul, o banco central não baixou a taxa de juro básica, mas cresce a pressão por mais estímulo à economia.