quinta-feira, 10 de maio de 2012

Dólar ajusta para baixo e volta à linha de R$ 1,95

Por Eduardo Campos | Valor



Atualizado às 17h33
SÃO PAULO - Depois de dois dias de alta e preços não vistos desde 2009, o dólar ajustou para baixo ante o real. No entanto, essa movimentação não é exclusiva do mercado brasileiro. O dólar também perdeu para outras moedas emergentes e para o euro.
No fim do pregão, a moeda americana apontava queda de 0,56%, a R$ 1,952 na venda, mas fez mínima a R$ 1,946 (-0,67%). O dólar se afastou das mínimas conforme o tom positivo perdeu força. Bom termômetro é o comportamento das bolsas, que não sustentaram os ganhos observados ao longo do dia. Em Wall Street, por exemplo, o Dow Jones fechou com leve alta de 0,16%, depois de subir 0,70%.
Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com vencimento em junho tinha queda de 1,08%, a R$ 1,9595, antes do ajuste final. A queda é mais pronunciada no mercado futuro, pois os preços acentuaram alta no fim do pregão de ontem, quando o mercado à vista já tinha encerrado os negócios.
No câmbio externo, o euro teve breve alta, mas segue abaixo da linha de US$ 1,30. Já o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, fechou o dia estável a 80,15 pontos, depois de cair a 79,95 pontos. Entre as moedas emergentes, o real foi destaque de alta, seguido pelo dólar australiano.
O dia começou com um tom melhor do que ontem com a terceira tentativa da Grécia de formar um governo. Agora, no entanto, é um partido mais moderado, comandado pelo ex-ministro das Finanças Evangelos Venizelos, que lidera as negociações e não mais o partido que prega acabar com os acordos que levaram ao plano de resgate do país.
No decorrer do dia, no entanto, o tom positivo não se sustentou e agora, no fim do pregão, o Instituto de Finanças Internacionais (IIF) disse que há risco desse novo arranjo político não implementar o programa de ajuste acertado como contrapartida ao recebimento de ajuda internacional.
Revisão de projeção 
A equipe econômica do Itaú Unibanco revisou sua projeção para a taxa de câmbio. A instituição vê dólar a R$ 1,85 no fim de 2012 e a R$ 1,87 em 2013, ante projeção anterior de R$ 1,75 para este a para o próximo ano.
“Embora tendências macroeconômicas indiquem um real ligeiramente mais fraco adiante, as compras de dólar pelo Banco Central levaram o câmbio além do nível que consideramos ser o de equilíbrio”, diz a instituição.Pata
Para embasar a projeção, o banco aponta que nos anos recentes os preços das exportações brasileiras subiram mais do que os preços das importações, o que caracteriza uma melhora nos “termos de troca”, algo que explica boa parte da apreciação do real.
Nos últimos meses, entretanto, os termos de troca recuaram e, pelos cálculos da instituição, se encontram, hoje, 6% abaixo do pico do fim de 2011. Além disso, o prêmio de risco-país encontra-se em patamar um pouco acima do registrado no início do ano passado. “Os dois fatores apontam para uma taxa de câmbio mais depreciada no curto e no médio prazo.”
Quanto a fatores de curto prazo, o Itaú Unibanco nota que o Banco Central aumentou nos últimos meses o ritmo de compras nos mercados à vista e a termo, contribuindo para levar a taxa de câmbio a R$ 1,92 no início do mês.
“Embora as intervenções tenham efeitos limitados em períodos mais longos, elas funcionam no curto prazo, especialmente se a tendência da moeda já é nesta direção, como acreditamos. Além disso, os juros reais caíram mais e mais rápido do que se esperava no fim do ano passado. Juros mais baixos e o BC atuante fizeram com que o real se desvalorizasse ainda mais do que nossas estimativas de equilíbrio sugerem”, conclui a instituição.
(Eduardo Campos | Valor)

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