quinta-feira, 3 de maio de 2012

Brasil oferece ajuda para a Argentina


Autor(es): Por Sergio Leo | De Brasília
Valor Econômico - 03/05/2012
Preocupado com a forte queda das importações de produtos brasileiros em abril pela Argentina, o governo convidou autoridades argentinas para discutir, na segunda quinzena de maio como "ajudar" a economia vizinha, informou ontem o secretário-executivo do ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira. "Talvez o Brasil possa ajudar com financiamento, sabemos que a Argentina tem dificuldades de financiamento", comentou Teixeira, indicando que o Brasil poderia aumentar importações do país vizinho, em troca redução de barreiras a produtos brasileiros.
A média diária das exportações do Brasil à Argentina caiu 27% em abril. Como abril deste ano teve um dia útil a mais, a queda acumulada foi de 20% em relação ao total de abril de 2011. Segundo apurou o Valor, as exportações de alguns produtos caíram abaixo da metade, quando comparadas as médias diárias em relação a abril de 2011.
A redução na venda de tubos de ferro foi superior a 80%; a de calçados, mais de 70%; a de móveis, 70%; e a de celulares, quase 60%. As exportações de pneus do Brasil à Argentina caíram 46% e a de medicamentos, 56%. Para o governo brasileiro, essas quedas refletem a "situação econômica difícil" da Argentina com deterioração nas contas externas. Poucos produtos tiveram aumento de exportações: a venda de partes de calçados cresceu 126%, e a de máquinas e aparelhos agrícolas, 118%.
Teixeira considerou "normal" a tentativa argentina de substituir, por produtos nacionais, mercadorias como carne suína, e "legítimo" o esforço de proteção da indústria vizinha. "A gente também faz isso, não tem por que ter cobrança". O Brasil ainda tem grande superávit, da ordem de US$ 5 bilhões, com o país vizinho, lembrou. Ele quer identificar, com os argentinos, as principais dificuldades dos produtores vizinhos e negociar soluções.
"Sendo a economia mais forte, temos de tentar liderar o processo de integração produtiva regional", comentou. Embora ineficaz no curto prazo, só a integração das indústrias do Mercosul pode evitar o "endurecimento das relações comerciais", diz Teixeira.

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