Na contramão do minério de ferro, com queda de preço de 46%, vendas de outras commodities disparam
Patrycia Monteiro Rizzotto
Na contramão dos minérios de ferro que registraram queda de receita na pauta das exportações brasileiras este ano, as vendas externas de ferronióbiol, ferro-níquel e de cobre registraram alta no período entre janeiro e novembro de 2014 — segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Entre os três minérios, o que detém a maior alta acumulada no ano é o ferroniquel, cuja receita aumentou 117,64% em relação ao mesmo período de 2013, faturando US$ 671,6 milhões. "O preço do ferro-níquel aumentou muito ao longo do ano porque a Indonésia, um dos maiores produtores mundiais, suspendeu suas exportações, favorecendo o Brasil, que detém grandes empresas exportadoras do minério", afirma Daniel Ricica, diretor da KPMG no Brasil, explicando que as maiores consumidoras da commodity são as siderúrgicas. De acordo com o executivo, em dezembro de 2013 a cotação da tonelada de ferro-níquel estava em US$ 14 mil por tonelada.
Em julho deste ano chegou a US$ 22 mil, recuando para o patamar atual médio de US$ 16 mil. "Mas as perspectivas é de uma nova alta de preços em 2015, já que pode haver um déficit de oferta no mercado internacional", frisa, mencionando que a Vale é uma das maiores exportadoras brasileiras do produto e consolidou sua posição de liderança depois da entrada em operação da unidade de exploração Onça Puma, localizada nos municípios de Ourilândia do Norte, Tucumã e Parauapebas, todos no Pará, com capacidade produtiva anual de 220 mil toneladas de ferro-níquel. A Anglo American e a Votorantim também exportam o minério. Dados do Mdic apontam que os principais países consumidores do níquel brasileiro foram a Holanda, que adquiriu 26,1 mil toneladas do produto, seguida por China, com 24,1 mil toneladas; Itália,com 21,1 mil toneladas; e Finlândia, com 20,6 mil toneladas.
Ricica explica que a alta de 10,98% acumulada pelo ferronióbio nos onze meses do ano se deve ao controle de preços estabelecido pelo Brasil, que detém 98% do mercado mundial, seguido pelo Canadá, com 2%. O minério acumulou receita de US$1,6 bilhão até novembro, contra um montante de US$ 1,4 bilhão no ano passado. "A demanda mundial por ferronióbio vem crescendo porque ele agrega qualidades de resistência à produção de aço. A matéria-prima tem diversos fins industriais, assim como o ferro-níquel". O ferronióbio é principalmente utilizado na produção de ligas de açode alta resistência, com aplicações nas indústrias de construção civil, metalmecânica, aeroespacial, naval, automobilística e nuclear. A maior produtora mundial de nióbio é a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que detém reserva em Araxá (MG).
Segundo o especialista da KPMG, o cobre, que acumulou alta de receita de 10,6% no período de janeiro a novembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2013, atingindo US$ 1,2 bilhão em 11 meses, tem boas perspectivas para 2015. "É que não há novos projetos de exploração no curto prazo e o crescimento de demanda no próximo ano é de pelo menos 3%", explica, mencionando que o mercado prevê um déficit significativo de cobre nos próximos anos. Diante do excesso de oferta de minério de ferro, cujo preço despencou 46% ao longo ano, atingindo patamar de preços semelhante ao período da crise financeira mundial — com tonelada cotada em cerca de US$ 60— algumas gigantes do mercado, como a BHP Billiton, já anunciaram redirecionamento de foco para a produção de cobre, de olho numa expansão de demanda chinesa.
"Estamos propensos a investir muito mais em cobre do que em minério de ferro. Esperamos que o crescimento da demanda por cobre da China seja mais rápido do que a elevação da demanda por aço, à medida que a China se aproxima de uma fase de consumo e usa muito mais eletricidade", afirmou Andrew Mackenzie, CEO da BHP Billiton em recente entrevista.
Em julho deste ano chegou a US$ 22 mil, recuando para o patamar atual médio de US$ 16 mil. "Mas as perspectivas é de uma nova alta de preços em 2015, já que pode haver um déficit de oferta no mercado internacional", frisa, mencionando que a Vale é uma das maiores exportadoras brasileiras do produto e consolidou sua posição de liderança depois da entrada em operação da unidade de exploração Onça Puma, localizada nos municípios de Ourilândia do Norte, Tucumã e Parauapebas, todos no Pará, com capacidade produtiva anual de 220 mil toneladas de ferro-níquel. A Anglo American e a Votorantim também exportam o minério. Dados do Mdic apontam que os principais países consumidores do níquel brasileiro foram a Holanda, que adquiriu 26,1 mil toneladas do produto, seguida por China, com 24,1 mil toneladas; Itália,com 21,1 mil toneladas; e Finlândia, com 20,6 mil toneladas.
Ricica explica que a alta de 10,98% acumulada pelo ferronióbio nos onze meses do ano se deve ao controle de preços estabelecido pelo Brasil, que detém 98% do mercado mundial, seguido pelo Canadá, com 2%. O minério acumulou receita de US$1,6 bilhão até novembro, contra um montante de US$ 1,4 bilhão no ano passado. "A demanda mundial por ferronióbio vem crescendo porque ele agrega qualidades de resistência à produção de aço. A matéria-prima tem diversos fins industriais, assim como o ferro-níquel". O ferronióbio é principalmente utilizado na produção de ligas de açode alta resistência, com aplicações nas indústrias de construção civil, metalmecânica, aeroespacial, naval, automobilística e nuclear. A maior produtora mundial de nióbio é a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que detém reserva em Araxá (MG).
Segundo o especialista da KPMG, o cobre, que acumulou alta de receita de 10,6% no período de janeiro a novembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2013, atingindo US$ 1,2 bilhão em 11 meses, tem boas perspectivas para 2015. "É que não há novos projetos de exploração no curto prazo e o crescimento de demanda no próximo ano é de pelo menos 3%", explica, mencionando que o mercado prevê um déficit significativo de cobre nos próximos anos. Diante do excesso de oferta de minério de ferro, cujo preço despencou 46% ao longo ano, atingindo patamar de preços semelhante ao período da crise financeira mundial — com tonelada cotada em cerca de US$ 60— algumas gigantes do mercado, como a BHP Billiton, já anunciaram redirecionamento de foco para a produção de cobre, de olho numa expansão de demanda chinesa.
"Estamos propensos a investir muito mais em cobre do que em minério de ferro. Esperamos que o crescimento da demanda por cobre da China seja mais rápido do que a elevação da demanda por aço, à medida que a China se aproxima de uma fase de consumo e usa muito mais eletricidade", afirmou Andrew Mackenzie, CEO da BHP Billiton em recente entrevista.
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