Para especialistas, dólar na casa dos R$ 2,70 abre espaço para a retomada das exportações brasileiras e dá novo fôlego ao setor
A taxa de câmbio é considerada fator essencial para que o Brasil retome o patamar de 1 milhão de carros exportados por ano, registrado ao longo dos anos 2000 e a apreciação da moeda americana, em curso nos últimos meses, é vista como boia de salvação para a indústria nacional. A análise é do coordenador do MBA em Gestão Estratégica de Empresas da Cadeia Automotiva, da Fundação Getulio Vargas (FGV), Antônio Jorge Martins. Para ele, o patamar é plenamente alcançável pela indústria automotiva brasileira. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que as exportações de autoveículos brasileiros caíram 40,9% no ano passado, totalizando 334.501 unidades, ante 566.299 em 2013.Coordenador do Grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE-UFRJ), David Kupfer, avalia que se a taxa cambial permanecer em torno de R$ 2,70, "é provável que as exportações retomem e possam cobrir um pedaço desse mercado interno que se contraiu ou estará contraído este ano".
Mesmo considerando que a faixa de câmbio ideal é relativa e dependeria do nível de competitividade das empresas, Jorge Martins considera que " quanto mais próximo de R$ 3 ficar a cotação do dólar, melhor para viabilizar as exportações". "Existem estudos que mostram que a correção do câmbio somente pelo índice de inflação chegaria a um patamar de R$ 3,20. Quanto mais próximo você puder chegar do índice de defasagem, tanto melhor, porque não existe um câmbio único para todas as empresas. Cada uma tem um grau de competitividade melhor que a outra", afirma. Para Martins, a retomada das exportações será fundamental para o setor automotivo, visto que as empresas precisam abrir novos destinos de exportação, não ficando restritas a poucos países na América do Sul. Segundo o especialista, consultorias internacionais já indicam que a base Brasil poderia ser bem utilizada para a exportação, inclusive para o México e os Estados Unidos. Martins considera que a baixa demanda do mercado doméstico deve levar a muitas indústrias a adequarem o seu quadro de funcionários à nova realidade de mercado, o que sinaliza para mais demissões pelas montadoras instaladas no país. Para ele, depois da Volkswagen, outras empresas devem iniciar demissões em massa. ABr
Mesmo considerando que a faixa de câmbio ideal é relativa e dependeria do nível de competitividade das empresas, Jorge Martins considera que " quanto mais próximo de R$ 3 ficar a cotação do dólar, melhor para viabilizar as exportações". "Existem estudos que mostram que a correção do câmbio somente pelo índice de inflação chegaria a um patamar de R$ 3,20. Quanto mais próximo você puder chegar do índice de defasagem, tanto melhor, porque não existe um câmbio único para todas as empresas. Cada uma tem um grau de competitividade melhor que a outra", afirma. Para Martins, a retomada das exportações será fundamental para o setor automotivo, visto que as empresas precisam abrir novos destinos de exportação, não ficando restritas a poucos países na América do Sul. Segundo o especialista, consultorias internacionais já indicam que a base Brasil poderia ser bem utilizada para a exportação, inclusive para o México e os Estados Unidos. Martins considera que a baixa demanda do mercado doméstico deve levar a muitas indústrias a adequarem o seu quadro de funcionários à nova realidade de mercado, o que sinaliza para mais demissões pelas montadoras instaladas no país. Para ele, depois da Volkswagen, outras empresas devem iniciar demissões em massa. ABr
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