Brasília (5 de janeiro) – Em 2014, o número de exportadores brasileiros cresceu pelo segundo ano consecutivo. De janeiro a dezembro do ano passado, 19.250 empresas brasileiras realizaram vendas ao exterior. Foram 441 a mais que em 2013 (18.809), um crescimento de 2,3%. O valor total exportado pelo Brasil em 2014 chegou a US$ 225,101 bilhões (média diária de US$ 889,7 milhões). Pela média, houve redução de 7% sobre as exportações de 2013 que totalizaram US$ 242,034 bilhões (média de US$ 956,7 milhões). As importações, no período, foram de US$ 229,031 bilhões (média de US$ 905,3 milhões), o que representa uma queda de 4,4% em relação à média diária do mesmo período anterior, quando as compras externas foram de US$ 239,650 bilhões (média de US$ 947,2 milhões).
A corrente de comércio, soma de importações e exportações, foi de US$ 454,132 bilhões no ano (média de US$ 1,795 bilhão), com diminuição de 5,7% em relação à média de 2013 (US$ 1,903 bilhão). O saldo comercial em 2014 ficou negativo em US$ 3,93 bilhões. Na entrevista coletiva para comentar os dados de 2014, o secretário de Comércio Exterior Daniel Godinho explicou que o déficit da balança comercial representa 1,7% do total exportado no período. Godinho atribuiu o resultado negativo a três fatores principais: à queda no preço das commodities, ao cenário internacional desfavorável - com destaque para a recessão econômica argentina - e ao déficit na conta petróleo.
Com a queda no preço das commodities em 2014, as exportações brasileiras deixaram de arrecadar US$ 12,9 bilhões a preços de 2013. “Chamo atenção que, apenas em relação ao minério de ferro, houve uma perda de US$ 8 bilhões em função da queda de preço”, disse. Em 2014, a queda do preço médio do minério de ferro foi de 47%, atingindo o menor nível desde 2009. As causas, segundo Godinho, foram o aumento da produção mundial e da demanda menos aquecida globalmente, principalmente da China. “Apesar do aumento de 15 milhões de toneladas na quantidade exportada, a queda de preço fez com que tivéssemos uma receita 20% inferior em relação à exportação deste produto”, detalhou.
Sobre o cenário internacional, o secretário analisou que dos 15 principais mercados de destino das exportações brasileiras, dez registraram quedas nas suas importações totais do mundo. “Nos mercados em que houve crescimento, ele foi moderado e nos mercados em que houve queda, esta foi mais acentuada”, disse. O secretário ainda avaliou a retração das exportações para a Argentina. “Num cenário de redução de atividade econômica e consequente queda de renda, os produtos que mais têm seu consumo diminuído são justamente os manufaturados, que são os produtos da pauta de exportações brasileiras para a Argentina”, comentou.
Em relação à conta petróleo, o déficit que era de US$ 5 bilhões, em 2012, passou para 20 bilhões em 2013, com produção e exportação menores e maiores importações. Em 2014, houve redução do déficit. “Conforme esperado, tivemos aumento de produção de petróleo no ano passado, e com isso aumentaram as exportações brasileiras em 13,9%. Houve redução nas importações de 1,5%, mas o impacto na balança comercial ainda é expressivo com déficit de US$ 16,6 bilhões” disse.
Um dos destaques positivos do ano foram os Estados Unidos que tornaram-se o principal destino dos produtos manufaturados brasileiros (US$ 13,7 bilhões) superando a Argentina (US$ 12,8 bilhões). “Temos uma gradual retomada do dinamismo econômico norte-americano com expansão de 3,4% de suas importações do mundo, mas o Brasil conseguiu avançar mais nas suas exportações para aquele mercado, registrando um crescimento de 9,8% em suas vendas para os EUA”, afirmou o secretário.
Godinho também destacou que, dos dez principais produtos da pauta brasileira, sete tiveram recordes de exportações. Entre os destaques em 2014, estão a soja mesmo triturada, com US$ 23,2 bilhões (crescimento de 2% em relação a 2013), farelos e resíduos da extração do óleo de soja (US$ 7 bilhões; crescimento de 3,1%), carne bovina congelada, fresca ou refrigerada (US$ 5,7 bilhões; crescimento de 8,1%) e celulose (US$ 5,2 bilhões; crescimento de 2,2%).
Cenários para 2015
O secretário de Comércio Exterior do MDIC afirmou que o resultado da balança comercial em 2015 será soma de vários fatores. Entre os aspectos positivos é esperada uma redução maior do déficit na conta petróleo em função do efeito combinado do aumento da produção brasileira e queda dos preços internacionais. Além disso, o crescimento econômico dos EUA (previsto para 3,1% contra 2,2 % em 2014) deve influenciar as exportações brasileiras de manufaturados e a taxa de câmbio deve ser mais favorável às exportações.
Godinho também projetou que a safra brasileira de grãos deve ser recorde e romper a barreira das 200 milhões de toneladas. Também haverá aumento da produção de minério de ferro. Os desafios, segundo o secretário, continuarão sendo o preço reduzido das commodities, o cenário internacional desaquecido e o menor crescimento da economia chinesa. “O MDIC e sua nova equipe se empenharão bastante para alcançar, via aumento das exportações, um resultado positivo para 2015”, disse o secretário ao informar que permanecerá no cargo nesta administração.
Confira os dados da balança comercial
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MDIC
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