James R. Hagerty
Quatro fabricantes de papel e o sindicato que representa os metalúrgicos dos Estados Unidos estão pedindo ao governo americano que imponha tarifas sobre as importações de papel de escritório que, segundo afirmam, estão entrando no país com preços injustamente baixos.
A ação, apresentada ao Departamento de Comércio dos EUA ontem, alega que rivais do Brasil, China, Indonésia, Portugal e Austrália estão praticando dumping na venda de alguns tipos de papéis não revestidos ao mercado americano, incluindo os utilizados para impressões por computador, publicação de livros, malas-diretas e envelopes.
A prática de dumping envolve a venda de produtos a preços inferiores a valores de mercado considerados "justos", o que pode significar um preço menor que o praticado no país do exportador ou um valor abaixo do custo de produção somado a um lucro razoável.
Nos últimos 15 anos, os fabricantes de papel dos EUA conseguiram apoio do governo contra produtos da China
As empresas também alegam que os produtores da China e da Indonésia estão se beneficiando de subsídios do governo que permitem a eles reduzir os preços.
O mercado americano para o tipo de papel não revestido envolvido na denúncia movimenta US$ 4,5 bilhões por ano, de acordo com estimativas da Domtar Corp., uma das empresas que entraram com a ação no Departamento de Comércio. Nos primeiros nove meses do ano passado, as importações desse papel dos cinco países citados subiram 40% em relação a um ano antes, embora a demanda americana pelo produto esteja em declínio, alegam as empresas.
As importações de papel não revestido abasteceram mais de 16% do mercado americano nos primeiros onze meses do ano passado, diz Chip Dillon, sócio da Vertical Research Partners, de Nova York, em comparação com 12,7% um ano antes. À medida que alguns fabricantes de papel dos EUA fechavam fábricas antigas, os importadores se apressaram em cobrir o hiato, acrescenta.
O Departamento de Comércio e a Comissão de Comércio Internacional dos EUA terão até 14 meses, aproximadamente, para determinar se as leis de comércio foram violadas, se os produtores americanos foram prejudicados e se devem impor tarifas sobre as importações.
Ao longo dos últimos 15 anos, os fabricantes de papel dos EUA conseguiram persuadir o governo a impor tarifas sobre uma variedade de produtos da China e de outros países, incluindo papel de higiene pessoal e papel revestido.
O Departamento de Comércio geralmente tem assumido uma posição mais dura nas disputas de dumping envolvendo exportadores chineses em anos recentes, diz William Perry, sócio do escritório de advocacia Dorsey & Whitney, em Seattle. Perry, que com frequência representa importadores em disputas de comércio, diz que a tendência está agravando as tensões comerciais entre os EUA e a China, provocando mais retaliação. "Atiramos uma pedra e eles atiram outra de volta", diz ele. Além da Domtar, a ação antidumping também inclui as empresas Packaging Corp. of America; Finch Paper LLC, e P.H. Glatfelter Co.
O mercado americano para o papel não revestido vem encolhendo a um ritmo de 3% a 4% ao ano
A International Paper Co., a maior empresa de papel e celulose do mundo, recusou-se a participar da ação, informou um porta-voz. Ele disse que a empresa tem operações de fabricação em dez países e conta com a flexibilidade de uma rede global. A International Paper possui três fábricas no Brasil.
O sindicato dos metalúrgicos, que representa aproximadamente 130 mil trabalhadores da indústria florestal, de papel e celulose dos EUA e Canadá, informou que oito fábricas americanas que produzem papel não revestido fecharam as portas ou enxugaram suas operações desde 2011, eliminando milhares de empregos. A Domtar, uma empresa com sede em Montreal que fabrica papel nos EUA e Canadá, planeja converter uma linha de produção de papel não revestido no Estado do Arkansas para que passe a produzir celulose fofa ("fluff pulp", em inglês), utilizada em fraldas.
"Esses empregos são muito valiosos para perdê-los para pessoas que não estão respeitando o mesmo conjunto de regras que nós seguimos", afirma Jon Geenen, vice-presidente internacional do sindicato.
O mercado americano para o papel não revestido vem encolhendo a um ritmo de 3% a 4% ao ano nos últimos anos, à medida que mais documentos são trocados e armazenados eletronicamente e as empresas reduzem custos, diz Mike Garcia, presidente da divisão de papel e celulose da Domtar. Garcia prevê que o mercado provavelmente continue se contraindo gradualmente nos próximos anos, mas que se estabilizará em algum momento do futuro.
As importações americanas de papel não revestido em rolos ou em folhas, uma categoria mais ampla do que a coberta pela ação antidumping, totalizaram US$ 2,71 bilhões nos primeiros onze meses do ano passado, enquanto as exportações chegaram a US$ 1,05 bilhão, de acordo com a firma de monitoramento do mercado Global Trade Information Services.
A ação, apresentada ao Departamento de Comércio dos EUA ontem, alega que rivais do Brasil, China, Indonésia, Portugal e Austrália estão praticando dumping na venda de alguns tipos de papéis não revestidos ao mercado americano, incluindo os utilizados para impressões por computador, publicação de livros, malas-diretas e envelopes.
A prática de dumping envolve a venda de produtos a preços inferiores a valores de mercado considerados "justos", o que pode significar um preço menor que o praticado no país do exportador ou um valor abaixo do custo de produção somado a um lucro razoável.
Nos últimos 15 anos, os fabricantes de papel dos EUA conseguiram apoio do governo contra produtos da China
As empresas também alegam que os produtores da China e da Indonésia estão se beneficiando de subsídios do governo que permitem a eles reduzir os preços.
O mercado americano para o tipo de papel não revestido envolvido na denúncia movimenta US$ 4,5 bilhões por ano, de acordo com estimativas da Domtar Corp., uma das empresas que entraram com a ação no Departamento de Comércio. Nos primeiros nove meses do ano passado, as importações desse papel dos cinco países citados subiram 40% em relação a um ano antes, embora a demanda americana pelo produto esteja em declínio, alegam as empresas.
As importações de papel não revestido abasteceram mais de 16% do mercado americano nos primeiros onze meses do ano passado, diz Chip Dillon, sócio da Vertical Research Partners, de Nova York, em comparação com 12,7% um ano antes. À medida que alguns fabricantes de papel dos EUA fechavam fábricas antigas, os importadores se apressaram em cobrir o hiato, acrescenta.
O Departamento de Comércio e a Comissão de Comércio Internacional dos EUA terão até 14 meses, aproximadamente, para determinar se as leis de comércio foram violadas, se os produtores americanos foram prejudicados e se devem impor tarifas sobre as importações.
Ao longo dos últimos 15 anos, os fabricantes de papel dos EUA conseguiram persuadir o governo a impor tarifas sobre uma variedade de produtos da China e de outros países, incluindo papel de higiene pessoal e papel revestido.
O Departamento de Comércio geralmente tem assumido uma posição mais dura nas disputas de dumping envolvendo exportadores chineses em anos recentes, diz William Perry, sócio do escritório de advocacia Dorsey & Whitney, em Seattle. Perry, que com frequência representa importadores em disputas de comércio, diz que a tendência está agravando as tensões comerciais entre os EUA e a China, provocando mais retaliação. "Atiramos uma pedra e eles atiram outra de volta", diz ele. Além da Domtar, a ação antidumping também inclui as empresas Packaging Corp. of America; Finch Paper LLC, e P.H. Glatfelter Co.
O mercado americano para o papel não revestido vem encolhendo a um ritmo de 3% a 4% ao ano
A International Paper Co., a maior empresa de papel e celulose do mundo, recusou-se a participar da ação, informou um porta-voz. Ele disse que a empresa tem operações de fabricação em dez países e conta com a flexibilidade de uma rede global. A International Paper possui três fábricas no Brasil.
O sindicato dos metalúrgicos, que representa aproximadamente 130 mil trabalhadores da indústria florestal, de papel e celulose dos EUA e Canadá, informou que oito fábricas americanas que produzem papel não revestido fecharam as portas ou enxugaram suas operações desde 2011, eliminando milhares de empregos. A Domtar, uma empresa com sede em Montreal que fabrica papel nos EUA e Canadá, planeja converter uma linha de produção de papel não revestido no Estado do Arkansas para que passe a produzir celulose fofa ("fluff pulp", em inglês), utilizada em fraldas.
"Esses empregos são muito valiosos para perdê-los para pessoas que não estão respeitando o mesmo conjunto de regras que nós seguimos", afirma Jon Geenen, vice-presidente internacional do sindicato.
O mercado americano para o papel não revestido vem encolhendo a um ritmo de 3% a 4% ao ano nos últimos anos, à medida que mais documentos são trocados e armazenados eletronicamente e as empresas reduzem custos, diz Mike Garcia, presidente da divisão de papel e celulose da Domtar. Garcia prevê que o mercado provavelmente continue se contraindo gradualmente nos próximos anos, mas que se estabilizará em algum momento do futuro.
As importações americanas de papel não revestido em rolos ou em folhas, uma categoria mais ampla do que a coberta pela ação antidumping, totalizaram US$ 2,71 bilhões nos primeiros onze meses do ano passado, enquanto as exportações chegaram a US$ 1,05 bilhão, de acordo com a firma de monitoramento do mercado Global Trade Information Services.
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