sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Saldo de 2013 foi o menor desde 2000

RedacaoT1
Foto: Joe Raedle/Getty Images
A balança comercial fechou 2013 com superávit de US$ 2,561 bilhões, o pior resultado desde 2000, quando a diferença entre exportações e importações foi negativa em US$ 731 milhões.
A queda foi de 86,9% em relação a 2012, pelo critério da média diária. Naquele ano, a balança fechou o ano com superávit de US$ 19,4 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho, não quis fazer uma projeção do saldo da balança comercial e das importações para 2014.
Ele disse, porém, que espera que as exportações se mantenham “no mesmo patamar dos últimos dois ou três anos”.
As exportações no ano passado foram de US$ 242,1 bilhões. Em 2012, esse número foi de US$ 242,5. O recorde aconteceu em 2011, quando as vendas externas somaram US$ 256 bilhões.
Já as importações totalizaram US$ 239,6 bilhões em 2013 e atingiram o valor recorde da série histórica, iniciada em 1993. Esse valor foi fortemente influenciado pela conta petróleo.
O déficit registrado na balança comercial entre a compra e venda de petróleo e derivados chegou a US$ 20,2 bilhões em 2013, ante saldo negativo de US$ 5,3 bilhões em 2012.
De acordo com Godinho, esse resultado reflete uma queda de 28,4% nas exportações de petróleo e derivados e uma alta de mais de 16% nas importações dos mesmos produtos.
O recorde de 2013 também engloba cerca de US$ 4,5 bilhões de importações de petróleo e derivados realizadas em 2012, mas contabilizadas na balança comercial de 2013 por causa de uma extensão no prazo de declaração da importação feita no ano retrasado. Mas mesmo sem essa contabilização, o valor continuaria sendo o maior desde 1993.
O setor petrolífero, contudo, não foi somente vilão da pior balança comercial em treze anos. Se não fossem as vendas de US$ 7,7 bilhões em plataformas de petróleo para o exterior, a balança comercial de 2013 teria apresentado um rombo bilionário.
O valor é o maior da história nacional, batendo largamente o recorde anterior, de US$ 1,485 bilhão em 2008. O valor de 2013 é, inclusive, maior do que a soma de tudo que já foi vendido desde 1999, o que totaliza pouco mais de US$ 4,5 bilhões.
As vendas desse produto específico geraram polêmica no ano passado porque, apesar de serem compradas em dólares por empresas sediadas no exterior, as plataformas não deixam o Brasil.
Isso acontece porque o Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados à Exploração e à Produção de Petróleo e Gás Natural (Repetro), criado em 1999, torna vantajosa a compra da plataforma por uma subsidiária da petroleira brasileira no exterior.
Em seguida, a plataforma produzida no Brasil é alugada à petrolífera brasileira e, dessa forma, nunca chega a cruzar a fronteira, apesar de contar como uma exportação do ponto de vista técnico.
 Fonte: Valor Econômico, Por Lucas Marchesini e Leandra Peres