WASHINGTON - A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) colocou um software em quase 100 mil computadores ao redor do mundo que a possibilita realizar operações de vigilância nesses equipamentos e pode servir de caminho para ataques cibernéticos, revelou o jornal The New York Times, em sua versão impressa desta quarta-feira, 15.
A NSA plantou o software, na maioria das máquinas, por meio das redes de computadores, mas também usou uma tecnologia secreta que possibilita a invasão dos equipamentos que não estão conectados à Internet, segundo o jornal, citando autoridades dos EUA, especialistas em computação e documentos vazados pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden.
A tecnologia estaria em uso desde 2008 e utilizaria um canal secreto de ondas de rádio transmitidas de minúsculas placas de circuito e cartões USB secretamente inseridos nos computadores.
De acordo com a matéria do jornal, a tecnologia de frequência de rádio ajudou a resolver um dos maiores problemas enfrentados pelas agências de inteligência americanas por anos: entrar em computadores que adversários, e alguns parceiros dos EUA, tentavam tornar impermeáveis à espionagem ou a ataques cibernéticos. Na maioria dos casos, o hardware de frequência de rádio precisa ser fisicamente instalado por um espião, uma fabricante ou um usuário sem intenção, ainda, segundo a reportagem do NYT.
Alvos frequentes do programa, conhecido como Quantum, incluíam unidades militares da China, que é acusada por Washington de conduzir ataques digitais contra militares e empresas dos EUA.
O jornal disse que o programa também conseguiu plantar o software em redes militares da Rússia, assim como em sistemas utilizados pela polícia e os cartéis de drogas do México, instituições de comércio da União Europeia e em aliados como Arábia Saudita, Índia e Paquistão.
Moralização
De acordo com o diário, citando fontes próximas ao governo, o presidente Barack Obama vai lançar, nesta sexta, 17, novas diretrizes para restringir programas de espionagem, sem contemplar propostas de maior alcance sugeridas pelos seus consultores.
Diante da pressão internacional após a revelação do amplo esquema de espionagem americano, Obama planeja aumentar limites de acesso a dados telefônicos, garantias de privacidade para estrangeiros e propor a criação de uma defensoria pública para representar os interesses da privacidade em um tribunal de inteligência secreta.
(Agência O Globo)
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