sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

VENEZUELA IMPÕE RESTRIÇÕES PARA GASTOS NO EXTERIOR



Governo anunciou reduções no limite para gastos com cartões de crédito e saques feitos por venezuelanos que viajarem ao exterior; medida faz parte do novo sistema cambial e tem o objetivo de proteger a economia do país da especulação financeira


Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil/EBC

Bogotá – O governo da Venezuela anunciou nesta sexta-feira 24 reduções no limite para gastos com cartões de crédito e saques feitos por venezuelanos que viajarem ao exterior. Já publicada na Gazeta Oficial, a medida faz parte do novo sistema cambial e tem o objetivo de proteger a economia do país da especulação financeira, refletida na desvalorização da moeda oficial, o bolívar, frente ao dólar e na operação de um mercado paralelo da moeda norte-americana.

Segundo a Gazeta, em viagens para a África, Ásia, Europa e Oceania, os venezuelanos terão disponíveis US$ 1mil para permanência de um a sete dias e de US$ 3 mil, para oito dias ou mais. Se o destino forem países das Américas e do Caribe, o total permitido é US$ 1 mil, para viagens até três dias; US$ 2 mil, para quatro a sete dias, e US$ 2,5 mil para mais de oito dias.

Viagens para o estado da Flórida, nos Estados Unidos, as ilhas de Aruba, Curaçao e Bonaire, além da Colômbia, da Costa Rica, do Panamá e do Peru têm também limite nos gastos permitidos– em períodos abaixo de sete, os gastos limitam-se a US$ 500 e, acima disso, a US$ 700.

Os destinos com limite menor são os mais procurados pelos venezuelanos que viajam para fazer movimentações em dólar, especialmente para comprar a moeda e depois, movimentá-la no mercado paralelo, com valorização de até oito vezes sobre o câmbio oficial.

A permissão para compras pela internet também foram reduzidas para US$ 300. Até o fim do ano passado, o limite era US$ 400 por pessoa. O governo ressaltou, no diário oficial, que, com a medida, "avançará no objetivo de deter a fuga de capitais do país e combater a guerra econômica, além de preservar o fluxo do dólar no mercado oficial."

Outra mudança é na prioridade da outorga de dólares pelo órgão de controle monetário. Segundo o vice-presidente para a Área Social, Rafael Ramírez, 80% das divisas autorizadas este ano destinam-se a setores prioritários para a população, como educação, saúde e alimentação.

"Estamos disponibilizando US$ 42,7 bilhões [para todos os setores da economia, incluindo pessoas físicas]. É um pouco mais do que havíamos disponibilizado no ano passado. Deste total, mais de US$ 31 bilhões estão reservados [a uma taxa de 6,30 bolívares por dólares] para os elementos essenciais da nossa economia", explicou. Os 20% restantes, o equivalente a US$ 11,4 bilhões, serão outorgados pelo Sistema Complementar de Administração de Divisas, que prevê leilões de US$ 220 milhõespor semana.

De acordo com o governo, todas as medidas de fixação de limites e controle visam a evitar que dólares sejam usados para alimentar o mercado paralelo.

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