terça-feira, 28 de janeiro de 2014

"CHINA E EUA CAUSAM INSTABILIDADE NO CÂMBIO"



Afirmativa é do ministro da Fazenda, Guido Mantega; "Estamos em um período de volatilidade provocado pelo tampering, interferência do Fed na redução dos estímulos. Como estamos nas vésperas de uma reunião, que pode resultar na redução dos estímulos que eles estão dando para a economia local, isso causa um pouco de instabilidade no mercado"


Daniel Lima - Agência Brasil

A redução do dinamismo da economia da China e a decisão do Federal Reserve - banco central norte-americano (FED) - de fazer nova intervenção na economia dos Estados Unidos são responsáveis pela instabilidade no mercado de câmbio, avalia o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Com a instabilidade, o dólar no Brasil tem superado o valor de R$ 2,40. O risco é que este movimento termine trazendo impactos para a inflação.

"Estamos em um período de volatilidade provocado pelo tampering, interferência do Fed na redução dos estímulos [na economia dos EUA]. Como estamos nas vésperas de uma reunião, que pode resultar na redução dos estímulos que eles estão dando para a economia local, isso causa um pouco de instabilidade no mercado", disse o ministro.

Na última vez que o Fed atuou para reduzir os estímulos retirou da economia norte-americana US$ 10 bilhões. No caso da China, Mantega lembrou que a economia do país deu sinais do que o ministro chamou de "alguma acomodação do crescimento, pouquinho menor". Segundo ele, esses sinais afetam as moedas dos países emergentes.

"Leva a uma desvalorização das moedas em função das commodities [matérias primas]. Quando a China cresce menos, consome menos commodities. E ela é uma grande consumidora de commodities no mundo, minério de ferro, cobre etc. Sendo assim, afeta os mercados", destacou. A leitura, informou, é que com a queda na economia chinesa, os países passem a exportar menos e faturar menos por exemplo.

Para Mantega, no entanto, os movimentos são transitórios como os que têm acontecido nos últimos meses de alta volatilidade, quando alguns países sofrem mais e outros menos.

"O Brasil, no caso, tem uma posição sólida porque temos muitas reservas e outros países não têm tanta reserva. Temos uma dívida externa pequena, já que temos mais reservas do que dívida. Nossa situação é estável. Então, a situação depende de cada país. É uma volatilidade que perpassa todos os países".

Sobre a Argentina que tem enfrentado problemas com sua política cambial e com os credores externos, Mantega enfatizou que o país vizinho sofre a volatilidade desses mercado. "Ela também é o resultado desta situação. Não é só a Argentina. Posso dar uma lista dez países que também tem [problemas semelhantes]," disse.

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