RIO DE JANEIRO – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, afirmou hoje que o ano está perdido para a indústria brasileira e que o setor vive um dos seus piores momentos. De acordo com o executivo, a produção industrial deve crescer até 0,8% em 2014. Para o ano que vem, a CNI projeta um avanço de 1,5% a 2% da indústria nacional.
“Estamos vivendo um dos piores momentos da história da indústria brasileira. Não me lembro de ter passado um periodo tão difícil como o deste ano e do ano passado. Quando se fala com empresários hoje, não se vê esperança grande com relação ao crescimento do Brasil”, comentou Andrade, em evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
O presidente da CNI descarta o crescimento da economia brasileira previsto pelo Banco Mundial para 2015, de 2,7%. “Acho muito difícil que a economia brasileira cresça acima de 3%. Comparando a este ano, vamos partir de u ma base muito baixa. Isso [crescimento] é muito relativo”, comentou Andrade.
“A única certeza é que teremos um aumento dos preços da energia, um insumo importante para a indústria”, explicou Andrade durante seu discurso. O presidente da CNI, no entanto, acredita que o aumento dos preços dos combustíveis e energia esperado para 2015 de alguma forma impacta positivamente a atividade industrial.
“Isso ativa a indústria, porque dá mais capital ao setor elétrico e à Petrobras”, comentou o executivo.
A previsão inicial da CNI era que a indústria crescesse próximo a 3% em 2014. Para o terceiro trimestre, Andrade não vê um cenário que justifique a retomada da indústria.
“Está começando a haver demissões nos principais setores, como construção civil e siderurgia. A indústria automobilística está perdendo venda, [a indústria] de aço está reduzindo e as últimas notícias dão certa a redução do consumo tanto no varejo como no atacado. Este ano está perdido para indústria”, alertou o executivo.
Andrade destacou que o governo brasileiro não valoriza o empreendedorismo brasileiro e que espera dos candidatos à presidência da República um compromisso com a retomada da indústria.
“Falta crédito de longo prazo com custo baixo, há problemas regulatórios, dificuldades na infraestr utura, burocracia no licenciamento”, comentou Andrade, que apresentou no mês passado aos três principais concorrentes à presidência – Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e o então candidato Eduardo Campos (PSB), morto na semana passada em acidente aéreo -um documento com 42 projetos e propostas para aumentar a competitividade da indústria brasileira.
Fonte: Valor Econômico-SP
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