Foto: Rafael Ferreira Viva
O aumento no número de casos de Ebola, no Oeste da África, e as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) fizeram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliar a fiscalização de embarcações procedentes dessa região com destino ao Porto de Santos.
Na semana passada, um navio vindo da Nigéria foi liberado para atracação apenas 17 horas após a sua chegada ao cais santista.
Uma outra embarcação, que veio do mesmo país, está na Barra de Santos e uma terceira está prevista para chegar na próxima quinta-feira.
Ao todo, 2.127 pessoas foram contaminadas em quatro países. A Libéria, com 786 infectados, registrou o maior número de mortes, 413.
Em seguida a Guiné, com 519 casos, teve 380 mortes. Serra Leoa teve o maior número de registros da doença, 810, mas teve um número menor de óbitos, 348.
Já a Nigéria registrou 12 casos com 4 mortes. Proveniente deste país, chegou à Barra de Santos, no último sábado, o navio Vil Baltic, de bandeira liberiana. Segundo dados do serviço Semafórico, que levanta dados sobre a movimentação de cargueiros no Porto de Santos, a embarcação passou pelo Porto de Lagos, capital da Nigéria.
De acordo com registros do serviço, o Vil Baltic esteve no porto nigeriano, pela última vez, em 31 de julho passado.
Ele ainda não obteve a Livre Prática, o aval da Anvisa para atracação, e por isso, aguarda na Barra, onde ficam os navios que esperam uma vaga para entrar no complexo marítimo.
Sua entrada no cais santista está prevista para a próxima terça-feira. Ele carregará farelo de soja no Corredor de Exportações. Sua operação não ocorrerá antes devido à chuva dos últimos dias, que atrasou a partida de navios graneleiros.
Já na próxima quinta-feira, o navio Desert Calm, de bandeira grega, deve chegar ao Porto. Seu último registro portuário foi em Lagos, a capital nigeriana, no dia 10 deste mês.
Como os dois cargueiros estiveram em local onde há casos de Ebola há menos de 21 dias, deverão passar por inspeção da Anvisa. A ideia é verificar se algum dos tripulantes apresenta sintomas como febre.
A Vigilância Sanitária cobra informações dos comandantes das embarcações e envia agentes a bordo para uma checagem.
Em caso de suspeita de contaminação, o procedimento inclui o isolamento dos pacientes e a remoção deles por equipes do Samu com treinamento específico para este tipo de atendimento.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Hospital Emílio Ribas, na Capital, é o local para onde os casos suspeitos de Ebola devem ser encaminhados.
A pasta também pretende utilizar equipamentos preparados para um possível terrorismo biológico durante a Copa do Mundo, para combater o vírus.
A recomendação do Governo é de que as equipes da Anvisa também façam a verificação de pessoas que tiveram contato com as vítimas. Acompanhamento com aferição de temperatura é o procedimento básico.
Demora na liberação
Também proveniente da Nigéria, o navio Killian S chegou na última quarta-feira ao Porto de Santos. Segundo o supervisor operacional da Unimar (a agência marítima responsável pela embarcação), Wellington Martins, o cargueiro, que teve o pedido de Livre Prática feito 48 horas de antes da chegada ao cais santista, só foi liberado para atracar 17 horas após a sua entrada na Barra de Santos.
“Ele (o Killian) chegou no dia 13, às 3 horas. O que atrasou a liberação foi a procedência. Fizeram solicitações e depois outras solicitações, que foram atendidas prontamente pelo navio. Porém, isso não atrasou a atracação, porque não havia berço disponível”, destacou o agente. Ele explicou ainda que a manobra de atracação foi iniciada apenas às 7h36 do último sábado.
Dezenove tripulantes estavam a bordo do navio para o carregamento de 43 mil toneladas de açúcar. Ele já iniciou a viagem de volta para a cidade de Lagos, na Nigéria.
Em nota, a Anvisa explicou que definiu procedimentos padrões para os casos suspeitos de Ebola. Eles incluem navios que tenham circulado nos últimos 21 dias pela Nigéria, Serra Leoa, Libéria ou Guiné e que apresentem sintomas. Nesses casos, a Anvisa envia comunicados aos comandantes para que relatem casos suspeitos.
Sobre o Killian S, a Anvisa informou que “não houve qualquer intercorrência relacionada ao navio citado e a Anvisa. Isso porque o certificado de Livre Prática emitido pela Agência foi concedido regularmente”.
Redação T1
Fonte: A Tribuna, Por Fernanda Balbino
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