sexta-feira, 15 de junho de 2012

Instabilidade afeta exportação

Brasil Econômico - 15/06/2012
Dólar a R$ 2 é considerado positivo, mas volatilidade atrapalha planejamento
Ana Paula Ribeiro


O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, considera a atual cotação do dólar mais favorável para as exportações do que a praticada no final do primeiro trimestre.

No entanto, reclama que a forte oscilação da moeda americana não facilita o planejamento por parte dos exportadores e importadores.

"Hoje está a R$ 2,06, mas projeções são de uma cotação de R$ 1,90 para o final do ano.

Com essa volatilidade, fica mais difícil exportador avaliar o preço", afirma.

A queixa não deixa de ser procedente.

No ano, a cotação do dólar já variou entre R$ 1,699 - menor valor e que foi atingido em 28 de fevereiro - e R$ 2,08 -a maior cotação do ano, registrada em 22 de maio.

A diferença entre um valor e outro é de 22,4%. Já a valorização do dólar no acumulado do ano chega a 10,11%.

Outra queixa do dirigente é em relação ao cenário de desaceleração da atividade econômica global. "A taxa melhorou, mas o mercado externo piorou. A demanda está menor", lamenta.

Além de demanda menor, empresas localizadas em países em que a desaceleração econômica é mais acentuada estão apostando em outros mercados, aumentando a competição para os exportadores brasileiros.

A situação é ainda mais grave no setor de exportação de manufaturados. Castro lembra que nesse segmento o principal mercado do Brasil é a vizinha Argentina, que está adotando uma série de medidas para brecar as importações.

O dirigente afirmou ainda que já se acostumou com as constantes mudanças nas regras do IOF. "É uma colcha de retalhos. Cada dia o governo costura uma parte." Já o advogado do escritório Siqueira Campos, Julio Augusto Oliveira, entende que a alteração nas regras do IOF não será suficiente para que o acesso a recursos externos melhore para todas as empresas brasileiras.

"Há uma crise externa e o dinheiro já não está tão fácil como há uns meses", afirmou, acrescentando que o problema atual não é o custo da operação, e sim a menor liquidez nos mercados financeiros.

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