segunda-feira, 11 de junho de 2012

Governo elege 34 alvos no comércio exterior

Brasil Econômico - 11/06/2012


Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mapeou economias com elevado potencial de crescimento para as quais o Brasil pode ampliar exportações, em especial de produtos manufaturados


Simone Cavalcanti


O governo quer potencializar a estratégia de promoção comercial para intensificar as exportações brasileiras, principalmente de manufaturados, a despeito da crise e o consequente arrefecimento do comércio mundial. A Estratégia Nacional de Exportações - documento ainda inédito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) ao qual o BRASIL ECONÔMICO teve acesso -traz panorama da economia de vários países, inclusive com o grau de dinamismo de suas trocas comerciais com o mundo.

Com base nisso foram escolhidas como foco para ações de incentivo às vendas de produtos verde-amarelos nações cujo potencial de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e de importações até 2014 se assemelha à gigante asiática China. Entre eles estão os vizinhos Colômbia e Peru, com perspectiva de expansão média estimada em 6,1% e 7,3%, respectivamente. Há ainda o Catar, cuja projeção de alta está em 7,88%, e a Nigéria, com 8,4%, classificados como mercados dinâmicos em relação à média global. Até mesmo a Romênia (5,7%) desbancou outros países maiores da União Europeia e foi eleita para ações promocionais por sua capacidade de compras de produtos estrangeiros.

"A estratégia de promoção é fundamental nesse contexto em que o mundo mudou e países que não são os tradicionais receptores das nossas exportações crescem num ritmo importante", afirma a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, para quem 2012 será um ano difícil para o comércio internacional brasileiro. "Tanto que a manutenção das exportações em patamar próximo ao do ano passado ou com ligeiro crescimento já é considerado ponto positivo."

A valorização do dólar frente ao real dá um impulso a esse plano. Segundo a secretária, ainda que exista certa volatilidade na taxa de câmbio, a mudança da cotação para algo em torno de R$ 2,00 elevou imediatamente o interesse dos exportadores. Na sua avaliação, o apoio do governo às empresas é importante para que não deixem de exportar em função de eventuais dificuldades no exterior ou oportunidades no mercado interno. "O que a gente busca demonstrar é que o processo de exportação e a inserção no mercado externo não pode ser volátil."

Há mais de uma década, o governo brasileiro incentiva a busca por novos mercados e hoje, ressalta a secretária, é isso que segura de alguma maneira o nível dos embarques, principalmente com os ventos ruins da economia internacional. O objetivo é consolidar essa cultura da diversificação e ainda gerar nos exportadores nacionais um comprometimento maior com as vendas externas independentemente da conjuntura. "A intensificação de esforços ganha relevância principalmente para que as empresas de menor porte tenham acesso a outros países."

Em outubro, está agenda missão comercial para a Turquia, também destacada como economia promissora e dinâmica, com projeção média de crescimento de 6,1% neste e nos próximos dois anos.Além disso,o país é uma importante porta de acesso a destinos do Leste Europeu e Oriente Médio. "Em vez de ir a diferentes lugares menores, nós vamos chamar compradores da região a esse país, um trader da região que concentra boas oportunidades."

Na avaliação do governo brasileiro, esse tipo de estratégia visa levar as empresas nacionais a colocar no radar destinos onde podem ser concretizados negócios que dificilmente seriam estabelecidos como destinos mais tradicionais.

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