terça-feira, 8 de julho de 2014

Mdic estuda auxílio para bens de capital


Diogo Martins
Valor Econômico - 07/07/2014

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Ricardo Schaefer, disse que o governo segue estudando medidas para ajudar os produtores de bens de capital, mas descartou que o auxílio virá por meio de taxas de financiamento mais baixas que as atuais do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que variam de 4% a 6% ao ano.

"O PSI já tem taxas competitivas e [juros] negativos. Acho que não é por esse caminho que vamos evoluir. Por enquanto, os debates estão dentro do governo", afirmou Schaefer. De acordo com ele, um grupo de técnicos formados por especialistas do Mdic, Ministério da Fazenda e BNDES trabalham no formato do programa de auxílio ao setor. Não há um prazo para o programa ser lançado.

Ao analisar a situação da produção industrial, que em maio amargou seu terceiro resultado negativo consecutivo, o secretário-executivo do Mdic afirmou que o Brasil sofre com contexto desfavorável internacional, sobretudo, com as dificuldades econômicas dos Estados Unidos, Europa, Argentina e Venezuela.

"Creio que nossa indústria nos últimos anos mostrou uma certa resiliência. O que estamos assistindo é um ajuste das economias dos Estados Unidos e da Europa, que afetou as relações comerciais com o Brasil", disse ele.

Proex-Equalização

Ricardo Schaefer negou ainda que haja atrasos nos pagamentos do governo a bancos privados para a linha de apoio à exportação Proex-Equalização. "Não há atrasos. Estamos fazendo um trabalho para melhorar a gestão dos recursos do Proex-Equalização. Existem muitos projetos de longo prazo e os recursos normalmente são alocados nesses projetos e vários outros, com menor maturação, ficam de fora. O que queremos é não alocar eventualmente todo o recurso nesses projetos de longo prazo para permitir a entrada de outros projetos", afirmou Schaefer. De acordo com ele, as exportações não estão sendo nem serão afetadas. "Estamos trabalhando para termos mais espaço [de financiamento]", disse.

O secretário-executivo do Mdic disse que, ao contrário de anos anteriores, em 2014, a demanda pelo Proex-Equalização aumentou porque os bancos privados estão entrando com mais força no financiamento à exportação, o que considera positivo. "É bom que as exportações não dependam só do apoio público e que os bancos privados possam vir juntos nesse esforço de alavancar as exportações", afirmou ele.

Coluna publicada hoje na edição do jornal Valor Econômico relata que empresários apontaram atrasos nos repasses aos bancos pela linha Proex-Equalização.

(Diogo Martins | Valor )

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