sexta-feira, 20 de abril de 2012

BC fica de fora, mas dólar tem nova alta


Autor(es): Por Eduardo Campos | De São Paulo
Valor Econômico - 20/04/2012

Depois de dez compras à vista em cinco pregões, o Banco Central (BC) deu uma pausa na quinta-feira. A autoridade monetária não veio tomar moeda à vista, mas o restante do mercado continuou na ponta compradora.
Como o BC não apareceu, a intensidade da demanda perdeu força no fim do pregão.
Depois de subir a R$ 1,894 (+0,74%), o dólar comercial encerrou valendo R$ 1,882, ainda assim leve alta de 0,11%, e maior preço desde o fim de novembro do ano passado.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar com vencimento em maio apontava valorização de 0,10%, a R$ 1,885, antes do ajuste final. Na máxima, o contrato foi a R$ 1,8975 (+0,77%). Pela análise técnica do Nomura, superado o R$ 1,893, o viés de alta seria novamente reforçado.
O giro estimado para o interbancário foi de US$ 1,9 bilhão, cerca de metade do registrado nos últimos pregões. Na terça-feira, por exemplo, o giro passou dos US$ 4,3 bilhões.
Nos últimos seis dias cerca de US$ 15 bilhões passaram pelo mercado, mas como o preço não deu o menor sinal de baixa, a percepção é que do BC absorveu todo (ou quase todo) fluxo de entrada.
Na próxima semana, será possível ver o que houve, conforme serão atualizados os dados sobre o fluxo e atuações do BC.
Também existe a suspeita de que a autoridade monetária tenha comprado moeda além do fluxo. Nesse caso, quem provê liquidez são os bancos, que, assim, reduzem o tamanho da posição comprada no mercado à vista. Isso também poderá ser estimado com os dados que saem na próxima quarta-feira.
A ausência do BC no câmbio parece melhorar as condições de oferta no mercado, pois as taxas de cupom cambial (juro em dólar) apontaram para baixo após forte movimento de alta. A taxa do cupom sobe quando falta moeda à vista.
No entanto, parte dessa queda do cupom pode estar relacionada à forte baixa nas taxas futuras de juros (variável que também influi nesse contrato). As taxas de juros futuros caíram conforme o mercado comprou a ideia de que BC seguirá cortando a Selic para baixo de 9%.
Para um tesoureiro, essa fatia do mercado que aposta em novos cortes da Selic é a mesma que está atuando na compra de dólar. O raciocínio é simples: juro menor, dólar mais caro.

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