Governo arrecadou R$ 20,838 bilhões com os dois aeroportos. O ágio foi de 251,74 %.
Aeroporto Antônio Carlos Jobim – Galeão (RJ). Foto: Reprodução
O leilão dos aeroportos Tancredo Neves – Confins, em Belo Horizonte (MG), e Antônio Carlos Jobim – Galeão (RJ) terminou no final da manhã desta sexta-feira (22), na BM&FBovespa em São Paulo, com arrecadação total no valor de R$ 20,838 bilhões. O ágio foi de 251,74 % em relação ao preço mínimo de R$ 5,924 bilhões estipulado no edital para os aeroportos.
A disputa pelo aeroporto de Confins foi acirrada, o consórcio AeroBrasil, representada pela corretora Codepe e composto pela CCR, pela suíça Flughafen Zurich e pela alemã Flughafen Munchen, venceu a disputa pela concessão do aeroporto de Confins com a oferta de R$ 1,820 bilhões. O lance mínimo para o aeroporto era de R$ 1,096 bilhão. O ágio foi de 66%.
Já o consórcio Aeroportos do Futuro, da corretora Santander e formado pela Odebrecht e pela Changi (Cingapura), levou a concessão do Galeão por R$ 19,018 bilhões. O lance mínimo era de R$ 4,828 bilhões, portanto, o ágio foi de 293,2%. O grupo liderou a disputa sem maiores problemas, já que a segunda proposta para o aeroporto foi da consórcio Novo Aeroporto, da corretora Itaú, no valor R$ 13,113 bi.
Galeão e Confins correspondem, juntos, pela movimentação de 14% dos passageiros do país, 10% da carga e 12% das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro. O processo de concessão dos aeroportos do Galeão e de Confins foi anunciado pelo Governo Federal em 21 de dezembro de 2012, como parte do “Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos”. Os dois aeroportos foram incluídos no Plano Nacional de Desestatização por meio do Decreto nº 7.896/2013.
O leilão
O certame começou às 10h e terminou por volta das 11h35. A primeira proposta foi realizada pelo Consórcio Aliança Atlântica Aeroportos, da corretora HSBC, para o Galeão no valor de R$ 6,566 bilhões. A segunda também para o terminal do Rio foi do consórcio Sócrates, representado pela corretora Bradesco, no valor de R$ 14,5 bilhões.
O consórcio Novo Aeroporto, da corretora Itaú, ofereceu R$ 13,113 bilhões e o grupo AeroBrasil, da Codepe, R$ 10,350 bilhões. O consórcio Aeroportos do Futuro, da corretora Santander, ofereceu a maior oferta para o aeroporto de Galeão: R$ 19, 0188 bilhões
Para o aeroporto de Confins, a primeira proposta feita foi a do Consorcio Aerobrasil, Codepe, no valor de R$ 1,4 bilhões. O grupo Aliança Atlântico fez uma oferta de R$ 1,096 bilhão para o terminal. O Aeroportos do Futuro, representado pela corretora Santander, ofereceu R$ 1,335 bilhões para esta administração.
A concessão dos empreendimentos para a iniciativa privada tem como pano de fundo a forte necessidade de investimentos na infraestrutura aeroportuária do país antes da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
Em agosto de 2011, o Consórcio Inframérica arrematou o aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN) pelo valor de R$ 170 milhões, com ágio de 228,82%. Menos de um ano depois foram leiloados os aeroportos de Guarulhos e Viracopos (SP) e Brasília (DF) no valor total de R$ 24,5 bilhões e ágio de 347,9%.
Confira as principais informações dos aeroportos leiloados:
CONFINS
Aeroporto Internacional Tancredo Neves – Belo Horizonte (MG)
Movimento atual: 10,4 milhões de passageiros/ano
Movimento em 2043 (fim da concessão): 43 milhões de passageiros/ano
Prazo de concessão: 30 anos (prorrogável uma vez por até 5 anos)
Lance mínimo: R$ 1,096 bilhão
Contribuição variável anual ao FNAC: 5% da receita bruta/ano
Investimentos estimados: R$ 3,5 bilhões
Obras obrigatórias: Construção de novo terminal de passageiros com, no mínimo, 14 pontes de embarque até 30/04/2016 e vias terrestres associadas; Ampliação do pátio de aeronaves até 30/04/2016; • Construção da segunda pista independente até 2020 ou gatilho de 198.000 movimentos/ano.
GALEÃO
Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim – RJ
Movimento atual: 17,5 milhões de passageiros/ano
Movimento em 2038 (fim da concessão): 60 milhões de passageiros/ano
Prazo de concessão: 25 anos (prorrogável uma vez por até 5 anos)
Lance mínimo: R$ 4,828 bilhões
Contribuição variável anual ao FNAC: 5% da receita bruta/ano
Investimentos estimados: R$ 5,7 bilhões
Obras obrigatórias: Construção de 26 pontes de embarque até 30/04/2016; • Construção de estacionamento com capacidade mínima para 1.850 veículos (fim de 2015); Adequação das instalações para armazenamento de carga (para osjogos olímpicos de 2016); • Ampliação do pátio de aeronaves até 30/04/2016; • Construção de sistema de pistas independentes até atingir o gatilho de 262.900 movimentos/ano.
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Agência T1, Por Bruna Yunes